domingo, 9 de novembro de 2008

Adocao: Nossa História

Blog da Paula: Epinion

Como tudo aconteceu

Eu estava calmamente trabalhando quando, às 14h, a Assistente Social (AS) ligou do Fórum. Achei que ela queria falar sobre o Cadastro Único, mas ela queria saber se tínhamos interesse em ir ao Fórum ver o processo de um menino de menos de um mês.

“Menos de um ano!?”, perguntei espantada.

“Não, menos de um mês.”

Como nosso perfil era de 2 crianças de até 6 anos de idade, achei estranho. Mas, como aceitávamos doenças tratáveis, imaginei que o bebê poderia ter algum problema e ter sido rejeitado por outras pessoas na fila.

“Ele já fez todos os testes de saúde, inclusive neurológicos, e é saudável”, a AS dissse.Saí correndo do trabalho — meu chefe pensou que eu estava com dor de barriga…e estava! –, peguei o Paulo em casa e lá fomos para o Fórum. Lemos atentamente todo o processo do bebê, e a AS nos informou que um motoboy estava a caminho do Fórum com uma foto.

“Queremos ir no abrigo”, dissemos, e a AS riu espantada: “Vocês não querem nem ver a foto?” Não era necessário. Naquele momento, já sabíamos que era o nosso filho.Enquanto a AS preparava a autorização de visita e desabrigamento, a foto chegou e ficamos ainda mais apaixonados. O bebê era, além de tudo, lindo.Deixamos o carro em casa e pegamos um táxi para o abrigo. Primeiro porque somos perdidos em SP, nosso GPS estava sem bateria e o abrigo era num quebradão qualquer que desconhecíamos. Segundo porque não havia a menor possibilidade de nenhum dos dois dirigir, tamanho era nosso nervoso.Chegamos lá e esperamos que trouxessem o bebê, enquanto conversávamos com as funcionárias uniformizadas. O abrigo era limpo, pintadinho, bem cuidado, e as funcionárias eram todas simpáticas. Tudo parecia um sonho — e era!

Nosso filho chegou, embrulhado numa manta peludinha, e era tão tão tão pequenininho que tomamos um susto. Um susto bom, claro, como todos naquele dia. As funcionárias saíram da sala para nos deixar à vontade para “conversar”, mas não era preciso conversar sobre nada. Só queríamos saber o que precisávamos fazer para levar o nosso filho pra casa, imediatamente.Ligamos para a AS, que nos deu instruções, e em menos de meia hora saímos do abrigo com o Davi, nosso filho, com a roupa do corpo. Em casa, nada esperava por ele além do nosso amor. Nenhum enxoval, nenhum berço, mamadeira, fraldas, nada nada nada. E nada disso importava.Às 14h recebemos a ligação da AS. Às 17h estávamos em casa com o Davi. Em três horas, passamos por nove meses de gravidez, trabalho de parto e alta.Depois de uma correria para comprar mamadeira, fraldas e leite, recebemos a visita da Nacráudia — e do Guilherme, dentro dela –, com roupinhas e presentes pro Davi, do amiguinho que ainda nem nasceu. Outras amigas mães me davam dicas pelo telefone do que eu precisaria comprar no dia seguinte.O tempo todo, olhávamos para ele e não acreditávamos que era nosso (essa sensação, aliás, durou vários dias…ainda tem horas que volta!). Na sua primeira noite, Davi dormiu num futton, e eu sentada do lado dele, olhando, incrédula, perdidamente apaixonada, eternamente agradecida a Deus, ao Universo, a tudo o que nos colocou juntos nessa vida.E no momento em que o meu filho segurou minha mão pela primeira vez, toda a minha fé, a fé de uma vida toda, fez sentido.

Fazendo parte da blogagem:

Adocao, um ato de nobreza!


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