quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Adocao, um ato de nobreza!



Roseli Venancio do blog: Bibliotequices e afins

Adocao, um ato de nobreza!

Quando a Georgia do Saia Justa me convidou para participar dessa blogagem coletiva, confesso que vacilei um pouco pois de imediato, esse tema me pareceu muito distante de minha realidade.
Pensei comigo: falar sobre adoção? Mas o que posso falar sobre adoção se esse tema é tão desconhecido para mim? O que posso eu, mulher, solteira, nunca me casei nem fui mãe, vivo distante do universo infantil, o que tenho a falar? Se é que tenho algo a falar...Pensei, pensei, e descobri que tenho sim algo a dizer.
Apesar de nunca ter constituido família, pelo menos nos moldes tradicionais, sempre fui um pouco "mãezona" de todos. Para aqueles que são ligados em astrologia, vão de imediato dizer que é porque sou uma canceriana legítima. Adoro família, sempre fui muito carinhosa com todos, gosto de afagar aqueles que tanto amo e não tenho problema nenhum em demonstrar meus sentimentos. Por outro lado, apesar de todo esse amor que carrego em meu peito, nunca passou por minha cabeça a idéia de um dia ser mãe. Lembro-me de meus tempos de colégio quando outras colegas de minha idade sonhavam acordadas pensando em seus futuros ao lado de um homem maravilhoso e de filhos queridos. Confesso que achava aquilo tudo muito enfadonho e pequeno para mim. Quando elas perguntavam pra mim como eu me via daqui a alguns anos, se espantavam quando respondia que me via independente, solteira, dona do meu próprio nariz, numa profissão que eu gostasse muito. Tá mas...e casamento? e filhos? Eu sempre respondia que não conseguia me ver nessa imagem que elas tanto gostavam. Minhas colegas ficavam intrigadas e acredito até que muitas me achavam esquisita por pensar assim. O tempo passou, amadureci, estudei e muito, hoje tenho uma profissão que amo. Exatamente como me via há trinta anos atrás. Contudo, no passar dos anos, adotei tantas crianças que hoje já se tornaram adultas como eu. A minha forma de ter "filhos" foi outra. Não gerei em meu ventre nenhum ser porém, nesses anos trabalhando na área educacional, convivi com tantas crianças e adolescentes, acompanhei seus crescimentos, suas dúvidas, suas inquietações que, de certa maneira, acabei por adotá-los em meu coração, em meu dia-a-dia e todos eles passaram a fazer parte de minha grande família humana. Tenho meus sobrinhos, que de forma indireta, são meus filhos também. O amor e a preocupação que nutro por eles é algo que extrapola qualquer tentativa de explicação. Essa é apenas uma das inúmeras formas de amar. Essa é apenas uma forma de se adotar um ser em nossas vidas. Mas, existe uma outra forma, que exige uma tomada de decisão que muda toda a sua rotina e responsabilidade: a real adoção de uma criança. E sobre isso, falarei em outro texto.

Fazendo parte da blogagem: Adocao, um ato de nobreza!

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