domingo, 16 de novembro de 2008

Adocao, uma experiência diferente




Alice do blog: Alice no País do Pensamento

ADOÇÃO - Uma experiência diferente -BLOGAGEM COLETIVA

Uma Experiência Diferente

Confesso: Hoje tenho algumas restrições quanto a adoção.

Por mais duro que isso pareça, não posso e jamais conseguiria, ser hipócrita o suficiente para dizer que aceito a adoção "ipsis ilitisis".
Adotar é um ato de amor, de desprendimento e de superação emocional em que devemos agir com total praticidade e racionalidade, avaliando a verdadeira realidade das vidas envolvidas para que não resulte em desencontros, traumas e ou rejeição.
Conheço e convivi com um caso de adoção onde um grande "efeito dominó" de erros resultou em desamor e decepção para ambos os lados.

É mais ou menos isso:

(Obviamente estarei ocultando os nomes dos envolvidos)

Uma certa senhora, tem uma certa empregada que certo dia engravida.
Essa senhora sempre gostou muito de "parecer" bondosa e generosa, sempre alardeando suas 'boas ações" aos quatro ventos.
Essa tal empregada já trabalhava na casa dessa senhora há um bom tempo, o que havia gerado confiança entre as duas.
A empregada rejeitou essa gravidez desde o momento que soube dela, e fez de tudo um pouco para que a criança não nascesse (jogou-se da escada, tomou remédios, etc etc etc...) apenas não tentou o aborto profissional (talvez por falta de dinheiro).
Quando a senhora e dona da casa, soube da gravidez e da rejeição, e por ver os atos que cometia essa empregada contra sua própria gestação, essa senhora comprometeu-se a adotar a criança que iria nascer.
Até aí, tudo bem.... ato generoso, compaixão, solidariedade.
Preciso expor alguns detalhes importantes:
A empregada era negra e pobre, a senhora era branca e rica.
A empregada era extremamente arrogante e viciada em remédios, a senhora era prepotente e vaidosa ao extremo.
A empregada continuou trabalhando na casa da senhora, e a senhora começa a jogar "na cara" da empregada o "favor" que ela estava fazendo adotando sua filha, e passa a pagar essa empregada "quando bem entendia".
Então nasce a criança, uma menina negra muito saudável e a senhora a toma em seus braços e no mesmo instante se apodera dela.
Os anos se passam, a criança começa a crescer e a senhora "mantém" a empregada em casa, agora acumulando o serviço de babá para a própria filha.
As duas eram como cão e gato (mãe e filha)... se odiavam literalmente.
A criança não aceitava nada que a verdadeira mãe fazia e a verdadeira mãe não fazia nada que fosse bem feito para a filha....enquanto isso, a senhora desfilava pelos "jardins" e pela alta sociedade em São Paulo com sua mais nova filhinha pretinha!! (quem olhava com olhos nus via uma senhora elegante e seu novo brinquedinho)
A criança se vestia com as melhores roupas, frequentou as melhores escolas e clubes de São Paulo, só andava de motorista, era insuportável em arrogância, e desde pequenina gostava de humilhar as pessoas - principalmente pobres e negros.
Cresceu, se tornou uma adolescente altamente problemática, se envolveu com bandidagem, traficantes e as piores espécies da sociedade.
Roubava dentro de casa, trazia seus amantes para dentro de casa, fugia, mentia e só gostava de brancos, afinal, dizia ela que negros só serviam para ser pedreiros.
O tempo passou, a senhora "pagou" todos os seus pecados com essa situação, a empregada (mãe verdadeira) finalmente foi embora e nunca mais deu notícias, e a menina adotada, engravidou.
Engravidou de um negro (que ela dizia odiar).
Rejeitou a criança igualzinho sua mãe havia lhe rejeitado....e pior, negociou a criança para vende-la no dia do parto.
Felizmente ou infelizmente, a venda não se realizou, e ela teve "que ficar " com a criança.
A família que a havia adotado, por não aguentar mais tantos desaforos dessa filha, a colocou em uma casa e fizeram com que ela tomasse conta de si própria e de sua filha, tendo que trabalhar para se sustentar (só não sei se fariam a mesma coisa com seus filhos verdadeiros).
A menina, que agora era uma mulher e mãe de uma criança, resolveu se prostituir profissionalmente para conseguir o dinheiro que precisava, e novamente se envolveu com o crime.
Os anos passaram-se, essa agora mulher , teve mais filhos além daquela que quis vender. Um que foi negociado com um argelino mediante dinheiro para que ele conseguisse permanência no Brasil, outro que ela não sabe quem é o pai ( feito na vida), e mais outros dois que ela diz que é de um homem quando na verdade sabemos que não é.
Agora ela tem 5 filhos, vive numa favela do Rio de Janeiro, continua odiando os negros, mas se diz casada com um, e continua roubando e se prostituindo.
A senhora que adotou hoje se arrepende da adoção. Teve seus bens roubados, sua casa invadida várias vezes, frequentou delegacias por causa dessa menina e no fim, abriu mão daquilo que ela dizia ser seu amor.
Não quer mais saber notícias sobre a menina-hoje mulher.... e diz que ela nunca existiu.
Dói na senhora, e certamente, deve doer muito mais na menina.
Vidas rasgadas, desfeitas,traumatizadas e rejeitadas.

Hoje, quando penso em adoção, penso em avaliar alguns fatores:

1- a pessoa não pode mesmo ter filhos?
2- a pessoa está preparada para adotar também os problemas que essa nova vidinha pode lhe causar?
3 - a pessoa que adota crianças de outras raças está preparada para as diferenças que podem vir a existir, ou aos preconceitos que poderá sofrer por isso ?
4- o amor por essa criança está embasado no amor verdadeiro ou é apenas caridade?
5- a pessoa saberá dividir o que é de seus verdadeiros filhos (caso existam - a herança)

...e mais uma série de perguntas que devem ser feitas dentro dos corações daqueles que se predispõe a um ato tão sério e tão eterno.

Adote sim, tenho que dizer isso, mas adote com a razão também e não somente com o coração.

Filho é para sempre, não dá pra jogar fora porque deu problema.
Observação importante:
Conheço famílias adotivas multi-raciais que deram mais certo que famílias naturais, conheço também uma linda e abençoada família alemã que hoje mora em Alagoas, que tem 11 filhos adotivos e apenas 2 naturais , quase todos multi-raciais ( descendentes de negros, japoneses etc) que são o verdadeiro exemplo de amor e cuidado, portanto, ADOTAR DEVE SER SEMPRE UM ATO AVALIADO PELA RAZÃO E CULTIVADO NO CORAÇÃO.
Deus abençoe a todos !!