terça-feira, 18 de novembro de 2008

Adocao


Célia Malmqvist do blog: Esperanca e Amor

ADOCAO NR. 2

Continuando ainda com o assunto ADOCAO, que falei no post anterior.

Uma pessoa perguntou-me porque resolvemos adotar no Brasil, onde a burocracia é tao grande. Prometi a ela responder com um post. Aqui estou pra contar.

Primeiro de tudo, porque nos iriamos de férias pra Fortaleza, morariamos na casa da minha mae e sabiamos que o Brasil tem milhares de criancas precisando de uma familia. Eu era de lá, conhecia bem a cidade e as instituicoes e asilos, ficaria mais fácil. Nao sabia que era tao complicado. Nos fizemos uma adocao privada. Adocao privada, consiste em, de posso de toda documentacao, nos mesmos vamos procurar a crianca, e comecar com o processo da adocao.

Segundo, se nao fosse privada, seria de uma forma muito lenta, pois as pessoas que querem adotar uma crianca, elas fazem exatamente o que fizemos; preparar documentacao, receber visitas em casa da assistente social e traducao dos papeis pra o pais onde sera feira a adocao. De posse de tudo isso, eles ficam numa fila de espera, que pode demorar de 3 a 5 anos. Nos nao queiamos esperar esse tempo todo. Aqui na Suecia, tem muitas, muitas criancas adotada.

Quando eles sao comunicados que existe uma crianca, eles tem que viajar de imediato e conseguir tradutor. Vao pra um pais desconhecido, para buscar o filho/filha. Fica mais dificil, quando nao se conhece bem o lugar.

Por essas razoes, nos preferimos adotar em Fortaleza, já que ficariamos um mes de férias. Devido todos os problemas, acabamos ficando Kurt 4 meses e eu 5. No final nosso dinheiro já tinha acabado. Foi mamae quem pagou nossas ultimas contas.

Quando Livia tinha um ano, minha mae telefona, informando que a mae biologia da Livia, estava pra ter bebe, e iria dar pra ser adotado. Mamae perguntou se nao queriamos. Olha seria realmente, uma coisa maravilhosa, pois eles seriam irmaos mesmo, de sangue. Acontece que a documentacao pra uma adocao demora muito. Nunca ficaria pronta antes de 6 meses. Nao daria certo, ja que ela teria bebe no mes seguinte. Alem do mais, ficamos tao decepcionados com a primeira, que ainda estavamos com isso na cabeca.

Livia quando era menor, ela diz assim " mamae eu queia um irmaozinho. porque vcs nao trouxeram logo duas criancas?" Aquilo me doia muito mas...

Outra coisa que ela perguntava todos os dias quando sentavamos pra jantar, depois que soube que era filha do coracao. "mamae, papai voces pensam em me dar pra outra pessoa?" Aquilo tambem mexia comigo. Conversei com uma psicologa, e ela falou pra nao me preocupar. Ela iria perguntar, até ela ter a certeza que nao iriamos da-la pra outra pessoa. Foi o que aconteceu.

Quando faltava dois dias pra voltarmos pra Suecia, a mae biologica me ligou, dizendo que queria ver a Livia antes de viajarmos. Morri de medo, mas arrumei-a e fomos la. Foi muito bom. Ela olhava muito pra Livia, e eu com o coracao bem apertado, com medo que ela falasse que estava arrependida.

Quando saimos, eu falei pra ela, que a Livia ia ser super bem tratada e amada. Que na hora que ela desejasse saber que era sua mae biologica, nos a procurariamos. Esse momento está chegando. Quando formos ao Brasil em julho próximo, Livia deseja encontra-la.

Uma coisa que Livia tem como indentificacao, é o papai Kurt, que tambem é adotado. Sua mae nao conseguiu engravidar, e entao adotou um casal. Eu, com dois anos sai da companhia dos meus pais, pra vir morar com meus avos maternos, pois meu avo estava deprimido, e o remedio seria ter uma crianca em casa. De uma certa forma, sou tambem adotada. Costumo dizer que somos uma familia adotada.

Eu sei que "o sangue é bem mais forte do que a agua, mas ainda acredito que o amor é mais forte do que o sangue".

Somos uns pais super corujas. Amamos a nossa menina que esta uma mocinha agora.


Fazendo parte da blogagem: Adocao, um ato de nobreza!

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