sexta-feira, 14 de novembro de 2008

adopcao




Vilma do blog:
Coisas de mim!




Foi ela quem me adoptou!

Desde que adoptei a minha filha, que uma das coisas que de certa forma me afligia, era a reacção dela quando soubesse.
Sempre achei que teria facilidade em lhe contar, até que desde cedo, quando começaram a surgir as primeiras questões, que o meu coração se contraía em procurar dar-lhe uma resposta honesta e de acordo com a idade dela.
Procurei sempre dar-lhe respostas de acordo com a idade e entendimento dela.
Quando pela 1ª. vez me perguntou se ela tinha bebido leite das minhas maminhas, senti um baque forte.
Respondi na altura que não, que tinha bebido leite do biberon, que eu nunca tinha tido leite, sem adiantar muito mais.
Depois, quando surgiu a questão se ela tinha nascido da minha barriga, outro baque.
Eu erguia os meus olhos pra cima e dizia:
- Meu Deus, tão cedo estas questões! Ajuda-me!
Não estava preparada ainda.
E respondia-lhe que ela tinha nascido do desejo do meu coração.
Entendi que a minha filha deveria saber desde sempre a verdade, apesar de algumas pessoas discordarem de mim. Mas percebi que me custava falar-lhe.
Não concordo em andar a mentir durantes anos, para depois sentar a minha filha com 7, 8 ou 9 anos ou mais velha ainda, para lhe dizer que é filha adoptiva.
As crianças gostam e precisam que sejamos verdadeiros com elas, para ganharem confiança nos pais e nelas próprias.
Quero que a minha filha responda que sempre soube que é filha adoptiva.
No entanto, o meu coração de mãe várias vezes se apertava com tudo isto, pelo facto de a amar tanto e recear o que o seu coraçãozinho poderia sentir.

À uns meses atrás, ela falava de um amiguinho seu que tinha nascido nos Açores.
Na continuação da conversa, disse-lhe que ela tinha nascido na Maternidade.
E ela responde:
- Não, mamã, eu nasci do teu coração!
Então, percebi que aquele era o momento para contar tudo com mais detalhe.
Expliquei-lhe com mais pormenor tudo.
De uma maneira informal, enquanto caminhávamos, contei-lhe como as coisas se tinham passado.
Respondi-lhe depois a todas as questões que ela me colocava.
Naquele momento, sentia como se as respostas me surgissem como que sussurradas.
Depois de todas as dúvidas esclarecidas, no fim da nossa conversa ela vira-se para mim e diz-me:

- Mamã, tu és linda! Com o sorriso mais lindo que ela faz!

Então, todos os meus receios ou dúvidas que eu sentia de que a pudesse magoar ou estar errada em ser tão verdadeira com ela, caíram por terra!
As lágrimas soltaram-se, como uma expressão da minha alegria, por me sentir tão abençoada por aquela filha linda que Deus me deu e por tudo aquilo que através dela, eu aprendo.
Tive a certeza de que optei pelo melhor caminho: a verdade, com muito amor!

Fazendo parte da blogagem: Adocao, um ato de nobreza!


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