sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Atalhos da Vida


Cris do blog: Estrela Maria
"Em cada criança desconhecida, há um ser vivo sequestrado necessitando se libertar"




Atalhos da vida


Há 18 anos quando conheci meu marido,ele tinha um único desejo: conhecer seu pai, que por coincidência deveria estar na cidade onde nasci. Ele me contara que havia sido adotado pelos tios, ou seja, pela tia, irmã de sua mãe, que não poderia ter filhos. Já estava acostumado com aquela idéia, conhecia sua mãe, mas seu pai, ainda era uma incógnita. Eu prometera ajudá-lo na busca, o que fiz, sem sucesso. Com o passar do tempo, fomos nos aproximando e ele deixando de lado aquele propósito, pois as pistas eram poucas. Ele crescera próximo a sua mãe, a quem chamava de tia. Lá pelos seus dez, onze anos, lhe fora revelado que era adotado, a inversão dos papéis ficara apenas nisso, pois tudo continuara como sempre esteve. A progenitora tinha outros filhos a quem se desdobrar, a adotiva era possessiva. Ele pensara ter tido a sorte de ter ficado na sua família, mas ainda se pergunta o porquê de ter sido adotado, enquanto muitas crianças haveriam de estar sem um lar, sem uma mãe.

Filhos da dor


Brasil terra de muitos...dos brasileiros, dos exilados, dos excluídos, enfim, de todos àqueles que a adotaram de uma maneira ou de outra.
A adoção no Brasil ainda é muito carente, deficiente e prioritária. Nosso país abre as portas para a criança e o adolescente sairem às ruas, favorece-as pra que pratiquem atos deliquentes, para mais tarde se tornarem menores infratores, com passagens pela febem e conselhos tutelares.

Seus destinos ¨Casas de Adoção¨, sim, porque seus pais se ainda existem, não tem condições de cuidar e dar um bom atendimento à seus filhos.Pobres meninos e meninas.
Na escala há cem, para cada um padrinho, que queira tomar para si a responsabilidade de dar um lar e tudo o mais para uma cabecinha tão perturbada. A espera parece interminável, ficar na fila já é angustiante. Esperar o que? Quem?

Crianças inocentes que tragicamente foram parar nesses abrigos, tem um pouco mais de sorte, de aceitação para um bom convívio familiar junto aos seus novos ¨pais¨, pois são menos castigadas pela vida e assim são receptivas, embora carreguem traumas que a vida lhes ofereceu, estes são mais fáceis de serem tratados e a meninada fica menos tempo na ala do aguardo, como se fossem bichinhos de estimação à espera de alguém que por ventura sensibilizado agrade-se de seu jeitinho juvenil.
Os recém nascidos embora sejam os mais procurados para a adoção, já sofrem discriminações, os motivos são óbvios, não precisarei me estender citando um a um, apenas o mais decisivo, o "tom da pele¨.

Nossos bebês são alvos fáceis "tipo exportação". Muitos deles são adotados por casais estrangeiros. Bebês não sofrem a dor da partida, não sentem a rejeição alheia, a adaptação é recíproca. Em cada criança desconhecida, há um ser vivo sequestrado, necessitando se libertar.
A criança nasce pura, a sociedade que a corrompe.

Fazendo parte da blogagem: Adocao, um ato de nobreza!

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