sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Adote esta idéia. Adote uma crianca


Xico Lopes do blog: Olhar Global

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(imagem: http://www.plenarinho.gov.br)

Os amigos Georgia do Blog Saia Justa e Dacio Jaegger do Blog Chega Mais, me convidaram para também fazer parte da blogagem coletiva que estará acontecendo durante o período de 10/11 a 15/11, cujo tema é a adoção de crianças.

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Claro que aceitei o convite, ainda mais por se tratar de uma questão profundamente humanitária, o que converge com as diretrizes deste blog, mas, logo me acometeu a dúvida primordial para quem vai cumprir a missão de escrever sobre alguma coisa. Qual será a abordagem que devo dar a este tema? Eu ainda não tenho a menor experiência de como é ser pai, para saber de tão nobre e árduo ofício. É preciso ser realista! Entretanto, me ocorreu, que os pais e mães também não estão prontos quando assumem a missão de criar os seus filhos. Eles vão aprendendo à medida que os filhos crescem! Sejam biológicos ou não. E muitos pais, mesmo, podem levar uma vida inteira, sem que se possam considerar: Nós fomos pais completos!

Por outro lado e felizmente, estou levando em conta que um número considerável de colegas de outros blogs deverá participar desta blogagem e sei que uns vão falar da legislação, outros certamente vão indicar instituições, outros nos contarão suas experiências pessoais ou de próximos, o que me deixou bem mais tranqüilo para escrever este artigo, pois estarão contribuindo com informações e textos muito mais relevantes do que o meu. Portanto, diante desta explicação inicial, espero que vocês aceitem melhor o resto deste post.

Gerar uma criança é normalmente um dos maiores anseios de um casal, o que é algo absolutamente natural, poderíamos mesmo dizer, um determinismo biológico: “A preservação da espécie”, ou o cumprimento de imperativos baseados na fé religiosa: “Crescei e multiplicai-vos!”.

Ou então, do outro lado do espectro, o nascimento de uma criança seria a conseqüência do total descompromisso com a vida humana, seja através de relações sexuais acontecidas irresponsavelmente, violências contra a mulher, enfim, uma série de motivos, a que não cabem neste momento entrar em questão.

Frente a estas causalidades e casualidades, pouco há mais do que se dizer da geração de uma criança. Em suma, de um modo geral, excetuados os casos de inseminação artificial, uma criança é o resultado biológico da união de um casal, desejado, ou não desejado. O que nos iguala absolutamente, em tudo por tudo, a qualquer ser vivo de qualquer espécie no planeta!

É este o ponto. Gerar uma criança, não nos faz diferentes. Fazemos o que qualquer ser vivo faz! Não vejam isto como uma visão depreciativa, pois não é. É tão somente uma constatação do quão natural é o ato de se procriar.

200adocao02 Agora, quando uma criança é adotada, tudo muda de figura! A adoção é um ato pleno de amor, ao mesmo tempo, pelo ser humano (a criança) e pela humanidade no seu coletivo. Para que se expresse em toda a sua plenitude, há de ser um ato consciente, voluntário, uma abertura para o próximo.

Eu vejo, até com certa tristeza, que muitos casais chegam a gastar verdadeiras fortunas com tratamentos de fertilização, inseminação artificial, submetendo-se a rigorosos programas, que muitas vezes se mostram ineficazes, tudo para gerarem uma criança. Não seria melhor, penso eu, direcionar esta disposição de recursos e afetos, a crianças que já estão neste mundo e carentes de ambos (recursos e afetos).

Não seria melhor para estes casais adotar crianças tão precisadas deste amor, tão carentes de um ambiente familiar. Uma criança é uma criança, e não faz a menor diferença se ela é uma criação biológica própria ou de terceiros.

Casais que encontram dificuldades para a procriação, deveriam sim, considerar séria e prioritariamente a adoção. Vou além, casais que tiveram a perda prematura de um filho, e a perda de um filho, é sempre prematura, deveriam também adotar uma outra criança, não para compensar a perda que certamente é irreparável, mas para dar amor e um futuro a quem ainda tem a chance de tê-lo,

Afinal, o que é ser um pai e uma mãe “verdadeiros”? São aqueles que produzem as condições necessárias para que a criança se torne uma pessoa, um indivíduo. E produzir estas condições são atribuições que podem ser desempenhadas por uma pessoa, quem quer que seja, desde que realmente interessada na criança.

Quando um embrião se torna um ser humano (desenvolve um sistema nervoso que o permite sentir alguma coisa), vai precisar dessas condições para se tornar uma pessoa. É um trabalho imenso, um investimento amoroso enorme. A “verdade” de ser pai e mãe está com quem toma para si tal empreendimento, e não é apenas uma questão meramente biológica.

Infelizmente, a preferência dos casais que querem adotar, aqui no Brasil, se dá para a escolha de bebês, recém-nascidos ou perto disso, especialmente do sexo feminino. Crianças mais crescidas, que não sejam brancas ou que apresentem algum tipo de problema de saúde, têm muito menores chances de serem adotadas. Na verdade, se ela tiver um problema de saúde, pode ser que nunca consiga uma nova família.

Dados recentes, mostram que oficialmente, portanto, o número poderá ser ainda bem maior, existem 80.000 crianças deixadas em abrigos, a espera de alguém que as adote. Destas 80.000, pelo menos 70.000 foram abandonadas por seus pais biológicos. Reflitam na dimensão do problema! Oitenta mil brasileirinhos esperando por amor, esperando por carinho, esperando por oportunidades de crescer em um ambiente em que se sintam queridos, úteis e integrados à sociedade. Portanto, não é de apenas um problema pessoal que estamos abordando, é também um problema da nossa sociedade, do nosso país.

Por isto, faço deste meu artigo um apelo a todos que estejam considerando ter filhos, pensarem seriamente na perspectiva de adotar uma criança.

Deixo para vocês o link para a Cartilha elaborada pela Associação dos Magistrados Brasileiros, que permitirá a vocês a obtenção de uma série de informações atualizadas e úteis a respeito deste tema.

http://www.amb.com.br/mudeumdestino/docs/Cartilha_Passo_a_Passo_2008.pdf

Fazendo parte da blogagem: Adocao, um ato de nobreza!

Caso nao queira seu post aqui, por favor fazer contato. Obrigada.