terça-feira, 18 de novembro de 2008

Adocao, um ato de nobreza!


Rita Costa do blog: Alma De Poesia

FILHOS DO CORAÇÃO

Quase todo mundo conhece a história de um casal que por não poder ter filhos biológicos e resolve adotar uma criança. Eu também conheço uma história assim.

Márcio e Ana. Pessoas maravilhosas. Dois amigos queridos. Ambos se conhecerem- ainda no tempo de escola. Apaixonaram-se, namoraram por longo tempo, até que se casaram.

Após dois anos de união, como qualquer casal feliz, iniciaram-se os planos para aumentar a família. Mas aí começaram os problemas: tentativas frustradas; dois abortos espontâneos que quase levaram Ana à morte e, por fim, a constatação da impossibilidade de poderem ter filhos.

Lembro o instante em que me contaram sobre a decisão de adotar uma criança. Ana citou a seguinte frase: '– O sonho não está desfeito. Deus tem um plano para nossa vida e é o de ligá-la a uma outra vida que, em algum lugar, espera por nós'.

Não vou dizer que foi fácil para eles. Foram muitas idas e vindas de um lugar a outro, em função da papelada e de visitas a instituições.

A adoção de uma criança no Brasil é ainda um processo demorado, que requer muita paciência e muita perseverança.

Nesse meio tempo se depararam também com a triste realidade do preconceito. Infelizmente, no Brasil, ainda hoje a maioria das famílias que decidem pela adoção querem recém-nascidos brancos, do sexo feminino e sem deficiências.

O longo tempo de espera se dá também por conta dessas exigências. São inúmeros os casos de adoções frustradas; onde quem sofre é a criança, por se sentir mais uma vez rejeitada.

Márcio e Ana vivenciaram muitos momentos tristes, enquanto se enchiam de esperanças e faziam reservas de amor. Hoje são pais de duas crianças encantadoras: uma menina e um menino. Tudo feito de forma consciente, sem preconceitos e movido pelo amor, como penso que deva ser.

A criação de ambos é baseada na verdade e repleta de carinho e cuidados. Sabem que são filhos do coração. Anninha já está com doze anos. Adoro quando, orgulhosa, ela me diz: '– Tia, a minha mãe é linda e a melhor mãe do mundo'.


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Adocao, um ato de nobreza!


André L. Soares do blog: Doce de Fel

ADOÇÃO, UM ATO DE NOBREZA

Aderi a essa ‘blogagem’ coletiva denominada ‘ADOÇÃO, UM ATO DE NOBREZA’ – proposta por GEORGIA AEGERTER, do BLOG BLOGAGEM e por DÁCIO JAEGGER, do CHEGA MAIS… –, por entender que a importância do tema. Considerando-se que ‘dar a própria vida em troca da vida do próximo’ – ato maior do cristianismo – não chega a ser algo empolgante; então não restam dúvidas de que a adoção de uma criança é o maior gesto de amor que um ser humano pode realizar.

A adoção, porém, possui uma ambigüidade: ao mesmo tempo em que é um ato de amor, é também um sacrifício. No Brasil, por mais prazer e felicidade que as pessoas possam ter ao desenvolverem o papel social de ‘pais adotivos’, adotar não é algo fácil ou simples – a começar pela burocracia. Em geral, quando alguém decide fazer tudo dentro dos trâmites legais, a adoção esbarra em muita papelada, inúmeras exigências, vigilância rigorosa por parte dos órgãos fiscalizadores.
Embora tudo isso tenha por objetivo proteger as crianças, infelizmente acaba fazendo com que muitos desistam da adoção.
De minha parte, tenho amigos muito próximos que adotaram crianças e que, apesar de todas as dificuldades, somente tiveram vitórias para si e para as crianças adotadas; hoje já todas adultas, formadas e, mais importante: pessoas de bem.
Penso que a sociedade precisa discutir, com mais interesse, a questão da adoção, de modo a encontrar formas mais rápidas e fáceis de promover esse fantástico ato de amor. E, a despeito de qualquer discurso religioso, político ou ideológico, o amor é a ação que acrescenta e transforma o mundo positivamente.
Quero agradecer e parabenizar a GEORGIA AEGERTER e ao DÁCIO JAEGGER por terem a feliz idéia de convocar ‘blogagem’ coletiva de tamanha importância. Também agradeço e felicito a todos os demais participantes por emitirem suas opiniões. Àqueles que praticam a adoção de crianças fica, aqui, meu reconhecimento, respeito e admiração.
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Adocao, um ato de Amor!


Herbert do blog: Oficina de Gerência



Não identifico experiência de maior oferenda que um ser humano possa conhecer do que a adoção de uma criança, tornando-a seu filho(a) legítimo. Arrisco-me dizer que só os casais que o fizeram podem - rigorosamente - descrever os sentimentos que envolvem este ato puro de amor.
.........Não! Não vou me referir, nesse texto, aos atos de "adoção" (entre aspas); às adoções ilegais ou criminosas. Sabemos que elas existem, mas estou convicto que fazem parte de uma minoria dentro do conjunto real das adoções legais e por genuíno amor. É sobre estas que quero me expressar.
......... Em nossas vidas - humanos que somos - temos frustrações inabaláveis. Daquelas que vão nos acompanhar até o fim por não termos levado a efeito algo que desejávamos. Confesso que não ter adotado um filho faz-me sentir mais imperfeito ainda, apesar de ser pai de quatro filhos.
......... Próximo a mim, conheço um caso de adoção. Uma família amiga - muito amiga mesmo - tem um dos seus filhos que, casado e sem poder ter filhos, resolveu adotar uma criança. Por estar muito perto, sentimentalmente, dos meus amigos pude observar e mais que isso, compartilhar a felicidade e as transformações que eles passaram.
......... Nunca vi, tanto amor transbordar do casal que adotou a criança; avôs e tios não se continham nas demonstrações de carinhos e desvelos. Nenhuma novela de TV, nenhum livro, mesmo que escrito pelo mais talentoso dos romancistas, conseguirá expressar o turbilhão de carícias, cuidados, meiguices, mimos, ternuras e zelos que brotaram, sem limites, dos corações que cercavam e ainda cercam aquela criança (hoje já um garoto maravilhoso) que estava um orfanato aguardando adoção, dias antes daquela efervescente felicidade que foi sua chegada ao novo lar.
......... Fico pensando as transformações que foram feitas no destino daquela criança, agraciada pelo ato de um casal que, muito antes de adotar um filho, resolveu doar suas próprias vidas àquele pequenino ser que o destino colocou à sua frente. Sinceramente, não dá para avaliar.
......... A adoção é mais que um ato de amor ou de doação. É um ato de transformações múltiplas nas vidas de todos que nele se envolveram ou irão se mesclar, fundir-se ou entrelaçar-se com as novas vidas que surgiram a partir dali.
......... É isso! Adotar uma criança, como filho, é a mais perfeita representação do chamado efeito borboleta. É a oportunidade que o Grande Arquiteto do Universo coloca à frente de pessoas escolhidas que foram tocadas por Sua graça para unir suas vidas à daquela criança, também selecionada por Ele.
..........Como espírita que sou, acredito que os destinos dos casais e das crianças adotadas estavam traçados. Seja para o que for; mas estavam definidos pelos mestres dos planos superiores.
......... Por isso, ao sentir o impulso (nem sei se esse seria o termo apropriado) de adotar uma criança, reflita muito, mas faça-o se este for o seu real desejo, aquele que surge da alma. Pode ser que esta seja uma missão espiritual que lhe esteja reservada; para si e seu companheiro(a).
......... Não senti essa vocação, essa disposição no meu desejo acima referido. Talvez por já ter recebido a graça de quatro filhos meu desejo tenha sido meramente uma vontade. Não estava nos destinos da minha família, provavelmente.
..........Com meu filho mais velho já casado há algum tempo, estamos - nós os futuros avôs e avós - "cobrando" os conseqüentes netos. Sonho com o primeiro neto e muitos outros mais. Afinal, quatro filhos devem produzir uma bela prole de netos. Se Deus quiser.
Entretanto, já registrei um "ultimato" a todos os meus quatro filhos. Se não acontecer um neto nos próximos dois anos, serei o primeiro brasileiro a adotar... um neto. Ai sim cumprirei - certamente - o meu destino.
......... Parabéns à Geórgia (Saia Justa) e ao Dácio Jaegger (Chega Mais) pela iniciativa e eficaz coordenação da blogagem. Para movimentos coletivos desse jaez, podem sempre contar comigo. Minha gratidão por terem permitido fazer parte desse belo grupo de blogueiros que, pelo menos por momentos, despertou para a questão da adoção e, com certeza, sensibilizou-se e enterneceu-se ao pesquisar e escrever sobre o maior e mais puro ato de amor que o ser humano pode praticar.



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Adocao, um ato de nobreza!



Tatah Santini do blog: Despindo Estórias

Antes dessa blogagem já tinha pensado muito sobre o assunto da adoção, mas nunca tinha pensado em profundidade...

É um ato de amor dos mais significativos, porque aí se faz algo por alguém que não tem seu sangue, mas tem seu amor. Mas como decididamente não sou perita no assunto, dei uma googlada e achei coisas interessantíssimas, que vocês verão na seqüência do post.


Confira o passo-a-passo para adotar uma criança

Cerca de 8 mil crianças e adolescentes estão aptas à adoção, segundo pesquisa do Ipea. Cadastro nacional reunirá dados com perfis de crianças e possíveis pais adotivos.

Documentos, entrevistas e avaliação psicológica fazem parte do passo a passo para quem pretende adotar uma criança ou adolescente no país. Segundo relatório do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), 80 mil crianças e adolescentes vivem em abrigos no Brasil e cerca de 8 mil (10%) delas estão aptas para adoção.
Na terça-feira (29/04/2008), o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) lançou o Cadastro Nacional de Adoção (CNA), o que promete agilizar os processos.
O sistema será implantado nas varas da Infância e da Juventude até o mês de julho e todos os dados estarão inseridos no sistema em seis meses. A vara da infância é o primeiro local que os interessados em adoção devem procurar para iniciar o processo.
Quando estiver implantado, o CNA fornecerá informações sobre o número de crianças e adolescentes sob a tutela do estado, quantidade e localização de casais habilitados a adotar em todas as regiões, perfis completos e dados sobre os abrigos.
Segundo o CNJ, o procedimento para quem pretende adotar uma criança continuará o mesmo, mas os juízes terão acesso ao cadastro nacional para facilitar que casais encontrem crianças com seu perfil.
Quem pode adotarAdultos com mais de 21 anos, independentemente do estado civil, pode ser solteiro, casado, divorciado, ou viver em concubinato. Na hipótese de ser casado ou viver em uma relação de concubinato, a adoção deve ser solicitada por ambos, que participarão juntos de todas as etapas do processo adotivo. Será feita avaliação de estabilidade da união.Qualquer pessoa que seja pelo menos 16 anos mais velha que a criança a quem pretende adotar. A Justiça não prevê adoção por homossexuais. Neste caso, a autorização fica a critério do juiz responsável pelo processo.
Quem não pode adotarMenores de 18 anos. Os avós ou irmãos da criança pretendida. Nesse caso, cabe um pedido de guarda ou tutela, que deverá ser ajuizado na Vara de Família da cidade onde residem. O tutor não pode adotar tutelado.
Quem pode ser adotadoCrianças e adolescentes com até 18 anos a partir da data do pedido de adoção, órfãos de pais falecidos ou desconhecidos. Crianças e adolescentes cujos pais tenham perdido o pátrio poder ou concordarem com a adoção de seu filho.Maiores de 18 anos também podem ser adotados. De acordo com o novo Código Civil, a adoção depende de sentença de juiz.Crianças e adolescentes com 16 anos a menos que o adotante.Só podem ser colocados para adoção as crianças e adolescentes que já tiveram todos os recursos esgotados no sentido de mantê-los no convívio com a família de origem.
Documentação necessária: RG e comprovante de residência;Cópia autenticada da certidão de casamento ou nascimento;Carteira de Identidade e CPF dos requerentes;Cópia do comprovante de renda mensal;Atestado de sanidade física e mental;Atestado de idoneidade moral assinado por duas testemunhas, com firma reconhecida;Atestado de antecedentes criminais.
O caminho da adoçãoSegundo Benedito Rodrigues dos Santos, secretário-executivo do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), o processo de adoção não é padronizado no país. "No primeiro momento, os interessados procuram a Vara da Infância e da Juventude mais perto de casa. Em seguida, eles passam por uma entrevista. O terceiro passo é a apresentação dos documentos necessários."Santos disse ainda que depois de analisada a documentação, os interessados passam por uma nova entrevista. "Desta vez, um assistente social vai até a casa do adotante para conhecer melhor a rotina dele. Depois disso, é iniciado o processo de escolha da criança. Feito isso, se for o caso, é dada a guarda temporária da criança para o adotante. Esse é o período de experiência e de avaliação."De acordo com o secretário-executivo do Conanda, se o adotante for aprovado, é 'iniciado' o processo na Justiça. "É quando o procedimento começa efetivamente. Tudo se encerra com a sentença do juiz aprovando ou não a adoção", disse Santos.
Matéria do reporter Glauco Araújo exibida em 02/05/2008 e retirada do site G1 da Rede Globo.

Depoimento de quem adotou:
Ana Luiza e Lucas

nosso anjo
"Somos casados há três anos e estamos com Karla há um,ela veio até nós antes da gente entrar na fila de adoção,a mae biológica nos entregou. A partir daí começou nossa luta fomos ao fórum e tivemos que nos cadastrar, consultaram os outros casais e nenhum quis por ela ser negra,hoje estamos com ela muito felizes mas com o fantasma do medo pois ainda nao temos nenhuma seguranca,mais temos fé que dará tudo certo. Apesar de ainda sermos jovens, eu com 19 e ele com 23, temos certeza do nosso amor por ela e lutaremos até o fim."

Depoimento de quem foi adotado: Nanda

Sou um milagre....estou aqui....

"Tenho 27 anos, sou bacharel em Direito e muito, muito feliz por Deus ter olhado para mim e me dado a minha família.Minha vida começou verdadeiramente aos 3 meses quando fui para casa de meus pais. A pessoa que me gerou, me deixava abandonada e saia, a vizinha entrava e me dava leite quando estava chorando. Quando cheguei em casa, minha mãe disse que era minúscula, não cabia em seu colo, estava suja e com uma roupinha emprestada..Foram meses de sofrimento indo e voltando para o hospital, porque estava tão desnutrida, que poderia não sobreviver. Idas e vindas ao hospital, e minha mãe alí firme e forte do meu lado, noite e dia, enquanto meu pai corria pela cidade "coletando" leite materno das mães que tinham muito e podiam doar (naquela época não se falava em AIDS e isso era possível) - Foi oque me salvou.Com muita perseverança e amor, fui ganhando peso a cada dia até voltar para casa....Quando as perguntas começaram, minha mãe me disse que não tinha me gerado na barriga, que outra pessoa o fizera e me guardara para ela.... Quando tinha meus 15 anos até tiver curiosidade de saber quem era aquela que não me quis e me deu para uma pessoa desconhecida, mas depois isso passou... Entendi que Mãe é a minha, que me deu colo quando precisei, me deu broncas quando me desviei do caminho do bem e sempre esteve ao meu lado.Antigamente, não conseguia, mas hoje, assim como minha mãe me ensinou, agradeço a Deus pela pessoa que me gerou, não a culpo, até a abençoo, pois ela foi mero instrumento para chegar aos meus pais....Hoje sei que não fui a única, fui na verdade a sexta de uma lista.... Oque se confirma que esta era a missão desta pessoa, ser o caminho para chegar aos meus pais....Obrigada pai, obrigada mãe, por terem me escolhido e me amado, graças a vocês hoje estou aqui..."

Blogagem Coletiva sobre adoção. Foi um prazer participar dessa troca de conhecimentos e principalmente, de sentimentos! Agradeço a oportunidade dada pela Georgia e pelo Dacio!

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Adocao, um ato de nobreza!


Dalva do blog: Interlúdio

Parte 5


LAÇOS DE SANGUE X LAÇOS DE TERNURA:
O AMOR É CONSTRUÍDO
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(...) Acredito que todos nós possuímos as chaves de todas as portas, ou seja, temos condição de controlar o nosso destino se tivermos consciência de nós mesmos, de nossos limites e do mundo. As pessoas mais conscientes são aquelas que tem o seu "chaveiro do mundo" na mão: pessoas empáticas que tem conhecimento do outro, do mundo, e de si mesmas. Pessoas que querem ser contingentes e não somente passar pela vida. Outras pessoas, que por diversas circunstâncias ficaram sem algumas chaves, tentam encontrá-las, e como fazemos com aqueles chaveiros que emitem sons, podem assobiar para encontrar o chaveiro perdido; outros podem fazer cópia das chaves de outros (copiam o modelo de outros para si próprios); às vezes, experimentam a chave de outra pessoa e não dá certo e, então, essas pessoas mandam limar, ajustar (ajustam o modelo de outros para si próprios), e com um pouco de trabalho e esperança, sempre encontram novas portas e a chave certa!
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(...) Em todos os relacionamentos humanos é preciso estar constantemente ajustando-se à relação, que é sempre dinâmica. Além disso, o que é bom para uma pessoa pode não servir para outra pessoa. Não existem receitas de "relação perfeita", nem receita de felicidade. Talvez seja válido ter uma atitude otimista em relação à vida, uma atitude de esperança, de novas possibilidade, como bem disse a poetisa Helena Kolody, "para quem viaja ao encontro do sol, é sempre madrugada".
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(...) Para que isso possa acontecer verdadeiramente, a grande chave é o auto-conhecimento, a consciência de si mesmo, de nossos limites, de nossas possibilidades. Desta forma, é muito mais fácil nós percebermos até aonde uma pessoa é capaz de caminhar e até onde e quais caminhos nós teremos condições de percorrer. Às vezes, cada um deve ceder um pouco em função do outro. É como relata uma história no Talmud sobre um Rei que tinha um filho que havia se separado do seu pai. O rei mandou um mensageiro dizer ao filho: "Retorne a seu pai". O filho respondeu: "Não posso". E então, após refletir sobre a relação, o pai mandou o mensageiro retornar e dizer ao filho: "Venha o mais perto que você puder e eu irei até você o resto do caminho".
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O NOSSO ENCONTRO
(Depoimento)
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"O Arturo nasceu com 24 horas; era sua idade quando o adotei. Com ele realizei o sonho de ser mãe e vivi todas as angústias e alegrias de uma mãe com seu primeiro filho.
Agora tenho também o Valdomiro, que nasceu aos 8 anos, a idade em que recebi a sua guarda. Ainda estamos "nos conhecendo". Para o adulto é mais fácil compreender este processo. Ter uma identidade é fundamental na estrutura da personalidade humana; na adoção tardia tudo acontece tão rápido para a criança, que se torna assustador, percebo isto nas atitudes ansiosas do meu filho.
As crianças quando estão na instituição sonham com uma mãe e com uma família: a mãe é uma "fada", a família é uma "ilha de fantasias". Um filho sente dificuldades em aceitar que a mãe dá limites e que, no convívio familiar, também existem regras.
A experiência com o meu primeiro filho me deu sensibilidade para compreender este filho, que nasceu aos 8 anos. Como o bebê exercitei a paciência, a tolerância e a compreensão, tão necessárias para proporcionar-me segurança, requisito importante na adoção da criança maior, geralmente ela é muito insegura.
Com o meu segundo filho, não tenho acordado à noite para dar chazinhos ou trocar fraldas. O dia-a-dia é que constitui-se em um verdadeiro desafio: dando limites, impondo rotinas, além de repetir várias vezes nos momentos de teimosia (ou insegurança), "gosto muito de você, não vou levar você de volta para aquela casa, mas deve aceitar que isto é o melhor para uma criança e precisa aprender a me obedecer". São energias investidas de outra forma. A disponibilidade para aceitar uma criança que "se sentirá meu filho" e a esperança de que conseguiremos aprofundar o afeto, é que me dão coragem para persistir. Nos momentos em que nos abraçamos e quando estou contando historinhas para meu filho dormir, compreendo que não foi o acaso quem provocou o nosso encontro, mas o meu imenso desejo de ter mais um filho!"
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Marinalva de Sena Brandão, Médica-Pediatra, Presidente do Grupo de Estudos e Apoio à Adoção de João Pessoa e Pediatra da CEJA-PB, mãe de Arturo e de Valdomiro, 9 anos (adotado aos 8 anos). Residem em João Pessoa-PB.
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AGORA EU TENHO UMA FAMÍLIA
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"Eu axo a adoção muito linda. Que os meninos e as meninas também gostam de uma mãe e um pai. Eles gostam também, e quem não tem mãe e pai é uma vida muito triste. Minha vida está muito boa! Eu já cei ler e gosto muito da minha mãe e de minha casa.
Como a minha vida está boa! Gosto da minha escola e da minha tia da escola. Agora tenho uma vida. Minha vida era muito ruim e agora mudou. A minha vida mudou agora. Eu tenho uma mãe! Eu fui o menino adotivo. Agora eu tenho uma mãe e vou ter um pai. Eu já tenho um tio e uma vovó e um avô e um primo. Eu não tinha essa vida tão boa e também agora eu tenho uma família."
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Valdomiro Teixeira Lopes tem 9 anos e foi adotado aos 8 anos de idade por Marinalva de Sena Brandão, Valdomiro escolheu ser chamado de Valdomiro Rafael de Sena Brandão.
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Créditos dos textos: textos extraídos de WEBER, Lídia. Laços de ternura. 2.ed. Curitiba: Juruá Ed, 1999.

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Dalva do blog: Interlúdio

Parte 4
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O MENINO QUE MORA DO OUTRO LADO DA RUA
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Para você menino, que mora na frente do internato, tem casa, flores e jardim
Pra mim, que vivo dentro da instituição, só tenho um corredor sem fim
Você é acordado com um beijo suave no rosto
Eu acordo com o som estridente da campainha do posto
Para você tem leite, yogurte e margarina
Para mim tem café e pão amanhecido na cantina
Depois do café você brinca com seu irmão
Eu pego o balde e a vassoura para limpar o chão
Você tem um quarto com videogame e computador em rede
Eu fico no quintal olhando as manchas na parede
Para você, sua mãe serve o almoço com bife, arroz e feijão
E eu, fico todos os dias na fila do bandejão
No domingo sua mãe escolhe uma roupa especial
Aqui no internato nada é de ninguém, tudo é sempre igual
Você deita em seu quarto quando está cansado
Eu fico sentado na escada porque meu quarto tem cadeado
O teu pai, quando sai e quando volta, sempre te abraça
Eu sempre invento partidas e chegada mas a tristeza não passa
Se você chora à noite sua mãe vem para te afagar
Se eu tenho pesadelo só tenho o travesseiro para abraçar
Para você tem dia das mães e dos pais sempre com festa
Para mim é só uma grande ausência que resta
Sua família leva você à escola, ao judô e para passear
A minha família, há 3 anos não vem me visitar
Você tem uma bela rotina de uma família em ação
Eu não tenho ninguém, sou filho da solidão
O seu maior desejo é o novo brinquedo da televisão
O meu maior sonho é ter uma família do coração.
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“Eu acho que agora vou ser adotada porque é a terceira vez
que a minha foto vai para os Estados Unidos e a Itália”
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(menina de 13 anos, mora em instituições desde os 11 anos)
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APELO DA MIGALHA
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Eu sou a migalha!
Neste mundo de paradoxos e desperdícios eu vivo desprezada.
Desdenham-se e abandonam-se, sem cogitarem do quanto me poderiam utilizar, a benefício
dos que nada têm.
O excesso das mesas fartas se fossem recolhidos atenderia a uma larga faixa de escassez.
Há, no mundo, vidas humanas que se alimentam de tão insignificante quota de pão, que um
outro animal de pequeno porte morreria de inanição.
Com as migalhas atiradas ao lixo poderia ser modificada a tormentosa paisagem de
inumeráveis criaturas.
Moedas de pequeno valor, tecidos de dimensão reduzida, calçados não utilizáveis, agasalhos
que não se usam, representando as migalhas da abundância indiferente, seriam suficientes
para socorrer milhões de homens necessitados...
O celeiro abarrotado é conseqüência dos grãos reunidos.
O oceano imensurável resulta da gota d'água insignificante.
O jardim formoso, exuberante, surge do pólen invisível.
A galáxia inabordável se origina da molécula infinitesimal.
Todas as coisas imponentes têm sua gênese na aglutinação das insignificantes.
Não espero resolver os problemas do mundo.
Anelo, apenas, por atender ao homem.
Não creio ser possível, de um momento, modificar a vida terrena.
Desejo, somente, contribuir de alguma forma, para que, um dia, a existência planetária seja
diferente, portanto, mais feliz.
Enquanto muitos adiam o momento de ajudar, porque não podem produzir em demasia ou não conseguem transformar a realidade atual de dor, tornando-a amena e ditosa, candidato-me a iniciar, agora, o ministério da solidariedade, oferecendo-me para servir.
Não te detenhas em justificativas paissadistas, excusando-te o amor ao próximo, o serviço do
bem, vem comigo; dá-me tua quota, a tua migalha desconsiderada.
Unindo-nos, lograremos a felicidade para todos, porque “fora da caridade não há
salvação”.
Eu sou a migalha!
Ajuda-me a tornar-me utilidade, realização.
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Scheilla, por Divaldo Franco. Terapêutica de Emergência. Salvador, Ed. Alvorada, 2003.
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“Não sei quando virá o amanhecer,
então abro todas as portas”.
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Emily Dickinson
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"Vivendo se aprende; mas o que se aprende, mais, é só a fazer outras maiores perguntas."
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João Guimarães Rosa

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Dalva do blog: Interlúdio
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Parte 3
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MÃE DO CORAÇÃO
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Esta criança esteve escondida no teu pensamento,
noite após noite, por anos a fio,
guardada na tua retina sem que nunca a tivesses visto.
Esta criança bendita, que foi escolhida por Deus e por ti,
para compartilhar de tua vida, nunca sofrerá,
ficará triste ou chorará por desamor ou abandono,
pois existe alguém especial, um anjo,
que o destino colocou em seu caminho
para lhe suprir as carências, lhe amar, dar carinho.
Ela foi abençoada.
Não foi gerada por ti,
não foi esperada por nove meses,
não veio de dentro de tuas entranhas,
mas veio de algo muito maior:
um amor enorme que tinhas para compartilhar
com ela e com o mundo.
Não adotastes simplesmente; ele é teu filho,
filho do imenso carinho que tens para dar,
da tua capacidade de doação,
da abnegação,
do desejo sofrido e ao mesmo tempo esperançoso que tiveste
de um dia cuidar e de ouvir alguém
te chamando de “mãe”.
Será um filho de noites em claro,
de preocupações,
de alegrias,
de dias de chuva,
de dias de sol.
Será filho de tristezas,
de sonhos, de esperanças
e de dedicação,
pois tens por ele o mesmo carinho que terias
por um filho do teu sangue.
Esta criança veio de onde quer que seja,
predestinada para ti.
Apenas nasceu de outra mulher,
pois nada acontece por acaso,
mas o destino dela eram os teus braços e teu desvelo.
Ela foi gerada dentro do teu coração
porque, provavelmente, merecia uma mãe tão especial quanto tu !!!

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Maria Eugenia—Doce Deleite-03/07/2001
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“Nossa experiência com a adoção talvez não seja tão diferente das outras...
Tudo começou quando, após 1 ano de casamento, o resultado de um exame médico certificou que seriam pequenas as possibilidades de conceber um filho. Apesar de sermos ainda jovens, conseguimos perceber que teríamos força para superar o problema se permanecêssemos unidos.
Muitas saídas nos eram apresentadas: peregrinar pelos especialistas em patologias; fazer promessas a ‘todos os santos’; substituir a falta de um filho, adotando uma criança abandonada (estaríamos fazendo uma caridade e talvez com isso ganharíamos uma gravidez);
‘comprar um cãozinho ou uma bicicleta’(como nos sugeriu um famoso andrologista);
assumir a dificuldade e esperar pacientemente, ou, ser um casal sem filhos.
Foi então que analisando todas as alternativas, começamos a descartá-las de acordo com nossas
perspectivas de vida, nossos ideais e nossa formação religiosa. E optamos pela adoção de um bebê. Como não tínhamos, na época idade e nem tempo de casamento para realizar a adoção nos termos legais, fomos então, amadurecendo nossa intenção. Poderia dizer que nossa primeira gestação durou 32 meses. Tempo suficiente para que nos livrássemos dos preconceitos e mitos que envolvem a adoção, curássemos nossas feridas e, crescêssemos em espírito.
E nasceu nossa primeira filha. Não veio substituir ninguém. Não veio suprir a falta de nada.
Veio para ser amada. Não foi escolhida. Deus a escolheu para nós.
Dois anos após, quando ainda pensávamos, em outro filho, aconteceu o inesperado.
Na noite do dia 23 de dezembro recebemos um telefonema. Uma mãe precisa doar seu filho.
Decidimos que no dia seguinte iríamos ao encontro dele e se ainda não tivesse sido adotado,
nós o adotaríamos. Chegando lá, um casal sem filhos observava a criança e nós ficamos esperando a resolução deles. Tiveram medo e nós o trouxemos para casa.
Foi uma festa. Passamos juntos o Natal e ele tornou-se o nosso melhor presente.
Num cartão de Natal recebido por ele vinha escrito:
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D ádiva de Deus eu sou,
A todos aqueles que me amam
N asci simples e humilde como Ele
I naugurando o meu lar no dia dEle.
L evando a esperança
O rdenando Paz e Amor aos que vivem por mim.
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No dia seguinte ele foi embora. Provamos a dor da perda;
mas pudemos desfrutar da presença de Jesus junto de nós no Natal.
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“Eu estou aqui porque minha mãe não quis mais eu.
Eu queria morar com ela, mas não sei onde ela mora.
Eu queria mesmo era ser adotado... pra ter uma família”
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(Roberto 7 anos de idade, mora num orfanato desde que era bebê)

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Adocao, um ato de nobreza!


Dalva do blog: Interlúdio
Parte 2
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ABANDONO
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Manhã fria
Barriga vazia
Pés descalços, descendo o morro
Nos olhos um pedido de socorro
Olhos de velho
Num rosto de menino
Lembram outros olhos
A olhar por baixo de uma coroa de espinhos
Corpo magro e franzino
Coração a saltar no peito, qual passarinho assustado
Começa o dia
De mais um menor abandonado
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St Duha – Curitiba, PR
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Tio,
Tentei te chamar, mas não sei teu nome.
Tentei te escrever, mas não sei teu endereço.
Tentei te ver, mas, sequer, te conheço, então,
abri meu coração, sussurrei uma prece e sonhei com um novo alvorecer,
onde alguém me chame de filho,
ainda que a vida cruenta sobrevenha ao espírito natalino,
mas por toda uma existência remanescerá aferrado na minha alma,
o doce perfume de, como por um encanto,
eu ter vivenciado a magia da natividade,
através de um pai/padrinho para chamar
de MEU!!!
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Dimenor
de paradeiro errante, às vezes encontrados com seus parceiros de rua,
ou eternamente nos orfanatos
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"Ficar no orfanato é horrível. As crianças “ têm inveja
daquelas que vão ser adotadas. No Natal, as visitas vêm e
escolhem as crianças e eu ficava muito triste quando não era escolhida.
Uma vez eu fui escolhida e achei muito bom! Mas... eu tive que voltar ao
orfanato.'”
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(Menina, 12 anos, morou em instituições e foi adotada com 8 anos)
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HISTÓRIA DE DOR E AMOR
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“Sofia é uma menina de 10 anos de idade e mora em orfanatos desde os 2.
No seu prontuário consta que a sua mãe, tinha mais três filhos, a deixou lá ‘somente por um tempo, até encontrar um emprego’. Hoje Sofia tem o adjetivo de ‘institucionalizada’,
pois sua mãe nunca mais voltou para buscá-la. Ela não sabe responder por que está morando em um orfanato e não lembra nem de sua mãe nem de seus irmãos. Nesses oitos anos, ela já morou em três instituições diferentes e nunca recebeu visita de ninguém. Quando lhe perguntamos qual era o seu maior desejo, o maior presente que ela poderia ganhar, Sofia respondeu:
‘uma família’. Depois de alguns segundos pensativa, ela completou: ‘eu queria alguém que me
chamasse de filha, queria dormir numa cama aconchegante e ser feliz para sempre’.”
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“Um mecanismo utilizado pelas crianças institucionalizadas é inventar uma nova família,
enquanto aguardam ansiosamente que alguém as adote. Os funcionários são tios, os colegas
são irmãos e até a pesquisadora torna-se uma possível candidata a mãe: ‘É você que vai me
adotar?’, pergunta Pedro, sentindo-se orgulhoso de estar sendo entrevistado. A maioria das
crianças gosta de conversar com visitantes, tocá-los ou ficar quietinho por perto, pois o que há
de mais precioso na vida delas é o fato de serem objeto de afeição de alguém, mesmo que seja
por alguns minutos. Seus sentimentos a respeito de família são confusos e ambivalentes, numa
variação assistemática entre saudade, dor, fantasia, culpa e raiva, como bem mostra uma carta
à sua mãe de um menino de 12 anos, que há 11 anos mora em instituições: ‘Mamãe, você me
abandonou e eu sinto muito porque você fez isso comigo. Já faz 11 anos que não te vejo... Você
foi muito cruel comigo, como eu estou com saudade de você, mamãe,
mas eu não sei onde você está... Um beijo do seu filho que não te ama.”
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Fazendo parte da blogagem: Adocao, um ato de nobreza!

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Adocao, um ato de nobreza!


Dalva do blog: Interlúdio

Parte 1
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UM MODO DIFERENTE DE FAZER NASCER UMA FAMÍLIA
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Hoje vou me juntar aos demais participantes dessa Blogagem Coletiva, empreendida pela Georgia e pelo Dácio, pretendendo apenas acrescentar mais uma gotinha nesse oceano de emoções e informações que desde o dia 10 passado vem sendo postado pela Blogosfera. Cada post resume, de uma maneira ou de outra, a carga emocional que envolve esse assunto tão delicado de fazer nascer uma família de um modo diferente. Tudo começa com a realidade cruel de tantas crianças que precisam de um lar e de uma família, passando pela rejeição e pelo preconceito de uma sociedade que, apesar de tanta informação, insiste em pensar e agir de forma retrógrada, culminando em verdadeiros casos de encontros entre pais e filhos adotivos, todos carentes mas que conseguem, graças à sua generosidade, suprir suas carências em encontros de alegria e realizações.
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ADOÇÃO
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Uma reflexão sobre o preconceito atrás da palavra
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"...isso é o aprendizado.
de súbito você compreende algo
que havia precedido vida inteira
mas de maneira nova"
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Doris Lessing

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Em nosso dia-a-dia costumamos utilizar muitas expressões e termos que denotam preconceito sem que tenhamos plena consciência disso. Assim, as novelas, os meios de comunicação de massa e as propagandas estão repletos de chavões preconceituosos, muitas vezes mascarados em sátiras e situações engraçadas, as quais servem simplesmente para manter um determinado status quo que um segmento social acha recomendável. Rimos da mocinha “bonita e burra” de determinado programa de televisão e não percebemos o quanto isso é estereotipado e preconceituoso. Ouvimos e vemos, a todo o momento, expressões que denotam preconceito racial, étnico, estético e muitos outros. É preciso parar para refletir um pouco. Alguns termos transformam-se em diagnósticos de vida. Foi o que ocorreu com o termo “menor”. Menores eram sempre os filhos dos outros, aqueles que estavam na rua, era a cultura menorizada. O nosso filho era sempre uma criança ou adolescente, mas o filho do outro, do menos favorecido era um “menor”. Tomando consciência desse fato a sociedade aboliu o termo menor e passou a chamar todos os filhos de crianças e adolescentes, culminado com o fim do código de menores e com a promulgação do Estatuto da Criança e Adolescente.
Com os discursos e a literatura das famílias adotivas tem acontecido algo semelhante, onde se percebe, por trás da semântica, e que fazemos aqui uma moção para que isso seja modificado. Algumas pessoas perguntam para a mãe adotiva se “essa é a criança que você pegou para criar”; se a família possui filhos biológicos e adotivos, as pessoas costumam apontar para um deles e perguntar: “é esse o seu”?; Ou ainda, após saber da adoção, pessoas podem perguntar, mas “você conhece a mãe verdadeira dele”? Todas essas frases demonstram uma falta de esclarecimento associada ao preconceito em relação à esta constituição familiar.
De maneira geral, quando se fala em família adotiva, utiliza-se a antítese “família verdadeira”, “família natural”, “família legitima”. Temos por convicção, por força dos dados científicos, que a família adotiva não é artificial não, mas é tão verdadeira e legitima quanto a outra. Sua essência não é diferente, mas somente a contingência de como foi constituída. Então, sugerimos que sejam utilizados os termos família de sangue, família biológica, família de origem em contraposição à família adotiva. Da mesma forma, quando se fala em filho adotivo, a antítese mais comum é falar “filho verdadeiro”, “filho natural”, “filho legítimo”, “filho meu mesmo”. Sugerimos que sejam utilizados os termos filho de sangue e filho biológico, pois o filho adotivo não é artificial, nem falso ou ilegítimo e é filho mesmo dos seus pais adotivos!
Texto extraído de WEBER, Lídia. Laços de ternura. 2.ed. Curitiba: Juruá Ed, 1999. p.124-125.
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Adotar é mudar um destino


Sam Shiraishi do blog: A vida como a vida quer


Adotar é mudar um destino

Posted by Sam Shiraishi on Nov 12, 2008 in blogagem coletiva |

De acordo com o Conselho Nacional de Justiça, o Cadastro Nacional de Adoção tem 10.518 pais interessados em adotar uma criança no Brasil. O número de crianças registradas aptas à adoção chega a pouco mais de 1,3 mil. Apesar do grande número de pessoas interessadas em adotar uma criança, o cadastro confirma que a adoção tardia ainda é um obstáculo a ser superado. Das crianças registradas, ainda segundo informou o CNJ ao G1, 124 têm de zero a 4 anos, 445 têm de 5 a 10 anos e 884 têm de 11 a 17 anos. (G1)

Adotar é mudar um destino. Este é o lema da campanha que a OAB-SBC e o Instituto Maurício de Souza criaram e lançaram há algumas semanas em São Bernardo do Campo, Grande São Paulo. Recebi o convite para o evento de lançamento da campanha quase no mesmo dia em que Geórgia, do blog Saia Justa, me mandou mensagem convidando para participar da Blogagem Coletiva Adoção, um ato de nobreza.

Acredito na idéia de multiplicar o amor compartilhando o universo da família com novos membros se juntam por laços espirituais e afetivos, mais do que consangüíneos, porque na família de meus pais há tios e primos adotivos a quem aprendi a amar. Aliás, meu tio favorito é um tio do coração e que, por uma questão de merecimento espiritual, é também quem deu continuidade ao sobrenome do meu avô.

Mas no tempo dos meus avós era muito mais fácil adotar. Hoje a burocracia muitas vezes atrapalha, os legisladores, na intenção de proteger a criança de exploradores e agressores, criou empecilhos para quem deseja adotar uma criança. A cartilha Passo a Passo da Adoção pretende ajudar os interessados e, o que apreciei, estimular a adoção de crianças mais velhas.

A cartilha da campanha “Adotar é mudar um destino” traz informações sobre o passo-a-passo do processo de adoção no Brasil. O material pretende esclarecer candidatos a pais sobre a legislação vigente e sobre como é realizada a seleção dos pais que estão aptos a adotar uma criança.

O manual desmistifica algumas coisas sobre adoção:

  • Qualquer pessoa poder se candidatar à adoção, desde que tenha mais de 18 anos e seja 16 anos mais velho do que o adotado e ofereça um ambiente familiar adequado;
  • Não existe qualquer referência à opção sexual do adotante para que o processo de adoção seja concluído;
  • A inscrição, avaliação e acompanhamento realizados por instância oficial são gratuitos;

A intenção da cartilha é informar a população sobre o caminho a percorrer para adotar uma criança, facilitando e estimulando este processo. Se você é um dos interessados, pode se informar na versão online da apostila ou solicitar uma cópia à OAB-SBC.

Saiba mais:

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Adocao, o Amor em atitude!

BM blog do Moura



Começarei contando um pouco sobre minha vida: José Moura, um baiano de 35 anos, casado e pai de duas lindas garotinhas, hoje as coisas estão bem melhores, costumo dizer que sou um privilegiado por está onde estou, mas minha vida não é e nunca foi um mar de rosas, você irá entender o que estou falando.

Filho de uma mulher brasileira, guerreira (nunca participou de nenhuma guerra militar) graças a Deus, mamãe ficou só na Bahia com 6 filhos pra criar (o marido, meu pai, claro, veio pra sampa pra trabalhar na construção civil), minha mamãe se viu obrigada a trabalhar em casa de Sisal (tecendo cordas), para nos sustentar.

A situação foi tão crítica que mamãe teve que morar em baixo de uma árvore. Deste ponto em diante caros leitores vocês verão que o que estou falando está totalmente dentro do contexto do tema da blogagem coletiva, Adoção, um ato de nobreza! iniciada por Georgia e Dácio Jaegger que por sua vez criaram o blog Blogagem centralizando as postagem sobre o tema e com a pretensão de ajudar a renovar a esperança em lares e instituições que cuidam de crianças e adolescentes, e para um maior e melhor conhecimento sobre adoção.

Na época minha mamãe teve que dar (adoção temporária) e informal, claro. Em 1975+- fui dado à minha tia Zelita (irmã de minha mamãe) e morei com ela pelo menos uns 4 anos, meus outros 5 irmãos, 3 foram para minha avó e dois ficaram com mamãe, dou graças a Deus porque minha tia que me criou por 4 bons anos me amava e ainda ama muito. Na verdade não sei dizer se esta ação entra na “Adoção à Brasileira”, uma coisa eu sei, foi um ato de desespero de minha mamãe e um ato de amor de atitude de minha tia que me criou por este curto período de tempo, e a coisa foi feita de palavra coisa que na época valia muito mais do que qualquer documento assinado e autenticado em cartório, uma época onde havia respeito, amor e confiança coisa escassa no mundo pós-moderno.

Em alguns blogs temos lido sobre a blogagem, em todos vemos questionamentos do tipo os Franceses e Italianos têm mais amor, ou nobreza? Não acredito que seja assim, o problema é que nós brasileiros temos visto como são as leis e suas execuções e sabemos que infelizmente o processo é por demasiado moroso e quando alguém entra no processo de adoção, entra numa longa jornada tendo que passar por entrevistas com Assitente Social e tudo mais para entender todo o processo (os trâmites legais e jurídicos), logo se a pessoa não estiver bem preparada psicologicamente acaba por desistir do processo, porque é complicado ver que alguns casos demoram demais onde a pessoa interessada na adoção de uma criança com 2 anos acaba por adotar esta já com 4 anos ou mais, mais isto ocorrendo é dos males o menor, porque infelizmente têm crianças (adolescentes) esperando por uma família a muito mais tempo.

Cabe reforçar que não se pode confundir o legal com o jurídico e para coibir a prática da adoção à brasileira, a Justiça exige dos cartórios que não procedam a escrituração de novos registros de crianças, sem que seja apresentada pelos pais a autorização da Justiça.

AMB Mude um destinoOutra medida foi a tomada pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) lançando a campanha Mude um Destino. Na primeira etapa da campanha, iniciada em 2007, o objetivo era chamar a atenção da sociedade para as condições de vida, das cerca de 80 mil crianças e adolescentes que vivem em abrigos no País. A segunda etapa também já iniciada em vários Estados do país, tem como objetivo o de mostrar à população que o processo de adoção não é tão burocrático e que é fundamental o caminho judicial para a segurança dos pais e das crianças adotadas.

Toda parte em itálico eu peguei da amiga Luma do Luz de Luma, vale a pena conferir este belo blog que visito quase que diariamente.

Agora para finalizar deixo um texto das Escrituras Sagradas, a bíblia.

“Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade.”1 João 3.18

Adoção, o amor em atitude!


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Adocao, um ato de Amor!


Simone do blog: Mente, Corpo e Arte

Adocao, um ato de Amor!

Oi demorei, mas cheguei!

Falar sobre adoção não é fácil pra mim, pois há um ano estou no processo , hoje liguei no forum e eles me comunicaram que estou AGORA, legalmente na fila de adoção aqui em São Paulo, pois no cadastro nacional ainda vou entrar, ufaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa.

Tenho amigos que adotaram e estou muito felizes, tenho amigos que têm filhos biologicos e adotaram e tb. estão muito felizes, são crianças adoráveis.

Espero muito em breve vir aqui e falar p vcs que tenho meus filhinhos.Já escrevi uma vez sobe este tema, mas estava bem chateada com o rumo e velocidade da adoção, neste momento estou mais animada.bjs.Simone


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Adocao


Célia Malmqvist do blog: Esperanca e Amor

ADOCAO NR. 2

Continuando ainda com o assunto ADOCAO, que falei no post anterior.

Uma pessoa perguntou-me porque resolvemos adotar no Brasil, onde a burocracia é tao grande. Prometi a ela responder com um post. Aqui estou pra contar.

Primeiro de tudo, porque nos iriamos de férias pra Fortaleza, morariamos na casa da minha mae e sabiamos que o Brasil tem milhares de criancas precisando de uma familia. Eu era de lá, conhecia bem a cidade e as instituicoes e asilos, ficaria mais fácil. Nao sabia que era tao complicado. Nos fizemos uma adocao privada. Adocao privada, consiste em, de posso de toda documentacao, nos mesmos vamos procurar a crianca, e comecar com o processo da adocao.

Segundo, se nao fosse privada, seria de uma forma muito lenta, pois as pessoas que querem adotar uma crianca, elas fazem exatamente o que fizemos; preparar documentacao, receber visitas em casa da assistente social e traducao dos papeis pra o pais onde sera feira a adocao. De posse de tudo isso, eles ficam numa fila de espera, que pode demorar de 3 a 5 anos. Nos nao queiamos esperar esse tempo todo. Aqui na Suecia, tem muitas, muitas criancas adotada.

Quando eles sao comunicados que existe uma crianca, eles tem que viajar de imediato e conseguir tradutor. Vao pra um pais desconhecido, para buscar o filho/filha. Fica mais dificil, quando nao se conhece bem o lugar.

Por essas razoes, nos preferimos adotar em Fortaleza, já que ficariamos um mes de férias. Devido todos os problemas, acabamos ficando Kurt 4 meses e eu 5. No final nosso dinheiro já tinha acabado. Foi mamae quem pagou nossas ultimas contas.

Quando Livia tinha um ano, minha mae telefona, informando que a mae biologia da Livia, estava pra ter bebe, e iria dar pra ser adotado. Mamae perguntou se nao queriamos. Olha seria realmente, uma coisa maravilhosa, pois eles seriam irmaos mesmo, de sangue. Acontece que a documentacao pra uma adocao demora muito. Nunca ficaria pronta antes de 6 meses. Nao daria certo, ja que ela teria bebe no mes seguinte. Alem do mais, ficamos tao decepcionados com a primeira, que ainda estavamos com isso na cabeca.

Livia quando era menor, ela diz assim " mamae eu queia um irmaozinho. porque vcs nao trouxeram logo duas criancas?" Aquilo me doia muito mas...

Outra coisa que ela perguntava todos os dias quando sentavamos pra jantar, depois que soube que era filha do coracao. "mamae, papai voces pensam em me dar pra outra pessoa?" Aquilo tambem mexia comigo. Conversei com uma psicologa, e ela falou pra nao me preocupar. Ela iria perguntar, até ela ter a certeza que nao iriamos da-la pra outra pessoa. Foi o que aconteceu.

Quando faltava dois dias pra voltarmos pra Suecia, a mae biologica me ligou, dizendo que queria ver a Livia antes de viajarmos. Morri de medo, mas arrumei-a e fomos la. Foi muito bom. Ela olhava muito pra Livia, e eu com o coracao bem apertado, com medo que ela falasse que estava arrependida.

Quando saimos, eu falei pra ela, que a Livia ia ser super bem tratada e amada. Que na hora que ela desejasse saber que era sua mae biologica, nos a procurariamos. Esse momento está chegando. Quando formos ao Brasil em julho próximo, Livia deseja encontra-la.

Uma coisa que Livia tem como indentificacao, é o papai Kurt, que tambem é adotado. Sua mae nao conseguiu engravidar, e entao adotou um casal. Eu, com dois anos sai da companhia dos meus pais, pra vir morar com meus avos maternos, pois meu avo estava deprimido, e o remedio seria ter uma crianca em casa. De uma certa forma, sou tambem adotada. Costumo dizer que somos uma familia adotada.

Eu sei que "o sangue é bem mais forte do que a agua, mas ainda acredito que o amor é mais forte do que o sangue".

Somos uns pais super corujas. Amamos a nossa menina que esta uma mocinha agora.


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