quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Quem te adotou?



Cam do blog: Camélia de Pedra


Quem te adotou?

( FOTO BY EDNA DO CRISTALINO)
Você já se adotou hoje, semana passada, algum dia? Quer dizer,um dia você se olhou de um jeito diferente do que costumava olhar, como diria o Chico Buarque e viu que ali no espelho, na sombra projetada na calçada, ou num canto do teu pensamento há uma pessoa esperando a vez de ser colocada com todo carinho no seu coração? Pois essa pessoa é você.
E a coisa mais difícil do mundo é um ser humano começar a se adotar. Aí ao entrar no tema adoção propriamente dita, a gente ou escreve vários posts, por que o assunto não é simples de esgotar, são muitos ângulos,muitas questões, ou escolhe um ponto para falar sobre ele.
A mim interessa bastante o motivo que leva um ser humano a querer adotar uma criança. Tem gente que já vem ao mundo com esse interesse: pensa desde pequeno nas crianças menos favorecidas, nas abandonadas, nas incompreendidas, nas jogadas em algum canto precisando de uma mão. Esse interesse vem de uma profunda inquietação com o mundo tal e qual ele se apresenta, cheio de injustiças, preconceitos e hipocrisia. Tem crianças então que vem prontas para adotar alguém . Primeiro se adotam, ou procuram terapia para se ajudarem a se auto-adotar. E depois, adultas, com a maior naturalidade do mundo, adotam uma criança, independente da habilidade ou não de gerar um filho biológico. E não ficam com aquele questionamento: vou gostar igual a um filho biológico? Vai ser diferente? E se eu tivesse um filho da minha barriga ia ser como? Melhor? De “verdade” ? Como alguns espíritos mais atrazados chegam a questionar. Maternidade é ter um filho na barriga? É ter dores de parto? É o que afinal? Instinto materno existe? Hum... A criança traz herança genética? Claro que traz. Mas nunca tive tanta certeza de que , antes de tudo, de qualquer teoria cientifica ou espiritual, a criança é fruto do meio em que é criada, adotada ou não. Da sua barriga ou não.
Então que possamos aprender a adotar a nós mesmos, aos nossos filhos biológicos. – Vamos ser honestos, quantos pais e mães de classe média para cima, não estão nem ai para seus filhotinhos? A questão é a pobreza de sentimentos, de maturidade, de auto-conhecimento.

E que possamos também adotar as crianças que estão ai nos abrigos pedindo um papai e uma mamãe. Vocês já repararam que a filhinha pretinha da Angelina Jolie é a cara dela? Sabe como chamo isso? Genética do coração. Uma coisa que existe mesmo e a vida comprova.
Abra-se, adote-se e adote um estilo de vida onde a adoção de crianças seja uma oportunidade especial para a criança que teria um futuro comprometido sem você, mas principalmente, se puder, dê esta oportunidade a você, que teria um futuro menos rico sem essa experiência encantadora, milagrosa, especial. A maternidade e a paternidade de verdadeira adoção. Entenderam o recado que eu quis passar? Na duvida, podem escrever, que eu respondo com o maior prazer sobre esse assunto.

Fazendo parte da blogagem: Adocao, um ato de nobreza!

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