quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Adocao


Loba do blog: Loba





Por iniciativa de Dácio Jaegger e Georgia Aegerter, durante toda esta semana, um grupo de blogueiros estará voltado para as questões da adoção de crianças e adolescentes.
Escolhi começar com um post coletivo, trazendo a opinião de pessoas das minhas relações, às quais perguntei – por e-mail e pessoalmente:
- Quais seriam os motivos que te fariam adotar uma criança?
- Quais são os motivos que te fazem não querer adotar uma criança?
São muitas as respostas, portanto as publicarei ao longo da semana.
Eis algumas delas, resguardando o anonimato daqueles que assim preferiram:


Anônimo:
Só há um motivo aceitável: o desejo de ter um filho. Ou mais de um. Tenho um filho biológico e dois adotados. O que me fez adotar estas crianças, meu filhos tão queridos quanto o mais velho, foi a vontade de ter mais filhos e ao mesmo tempo contribuir para que o maior número possível de abandonados tivesse uma família. Acho que isso não é nobreza é consciência de cidadania.

Rosana:
Tenho 46 anos, sou separada há mais de 15 e tenho um filho adulto. Há dois anos resolvi adotar um cão de rua. Foi quando percebi que havia mais crianças de rua do que cães então mudei tudo. Estou em processo de adoção de uma menina de 9 anos. Não tem sido fácil pra nenhuma de nós duas e confesso que há momentos em que quase desisto. Mas sei que sou a única esperança de uma vida digna para ela e vou em frente. Se Deus quiser, um dia vamos conseguir ser mãe e filha.

Anônimo:
Eu acho que não adotaria por escolha minha, nem se eu não pudesse ter filhos. Tenho muito medo da hereditariedade de uma criança adotada. Hoje em dia é muito difícil criar um filho biológico, um adotivo seria ainda mais difícil.

Ana Lúcia:
Para se adotar uma criança é preciso ter condições materiais, morais, sentimentais e “disponibilidade de tempo”.
Aos meus olhos e para o meu coração adoção tanto quanto “ter um filho” deve estar de mãos dadas com a estrutura de uma “FAMÍLIA que possa CONVIVER no dia-a-dia”. Toda criança merece um LAR, seja pelos laços de sangue, seja pela benção de Deus, MAS...
É fundamental para o crescimento e formação da personalidade da criança, estar presente na hora do almoço, ir levá-la e/ou buscá-la na escola, fazer lição junto, brincar, conversar, aprender, conhecer os valores dos pais (adotados), o caminho que os pais percorreram, o contexto da formação de cada um, dedicação e percalços. Além de gostos, costumes, hábitos, conquistas...
Não entendo pertinente que uma criança seja adotada com “segundas intenções pessoais da mãe ou do pai”, o que equivale dizer: para “salvar um casamento”, para minimizar a frustração de uma mulher aos 45 anos que não teve filhos, para amenizar uma solidão, para “curar” uma depressão, para receber “aplausos”...
SER pai e mãe não deve ser um ato momentâneo, impensado, isolado. E, sobremaneira, o “alvo” do bem estar SEMPRE deve ser a criança.

Fazendo parte da blogagem: Adocao, um ato de nobreza!

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Adocao é ato de nobreza? De quem?


Talma do blog: Talma


Adocao é ato de nobreza? De quem?


Meu nome é Talma Martins, sou casada e mae biológica de dois anjos: Bruno e Bibiana. Quando Bruno estava com 12 anos e Bibi com 7, passei a sentir falta de outra criança pequena em casa e a adoção era uma opção lógica e natural. Comecei tentando fazer a cabeça das crianças para, depois, convencer o pai- o mais reticente.
Escondidos, eu e as crianças começamos a comprar um pequeno enxoval, porque com paciência o convenceríamos do contrário.
Mas naquele mesmo ano, um acidente de carro mudaria tudo.

Ficamos apenas eu e o marido num longo e doloroso processo de recuperação. Recuperação de tudo: saúde física, mental e afetiva.
Com muita cola, linha e agulha, fomos colando e costurando o que tinha sobrado e decidimos que precisávamos de filhos para dar razão à nossa existência. Afinal, prá que (ou quem) se vive? Nossa vida sempre fora dedicada a eles. E agora, o que fazer?
Decidimos SER ADOTADOS afinal, estávamos órfãos!
Esperávamos que Deus nos mandasse um anjo generoso, que se submetesse ao difícil processo de ser filho de um casal com essa forte marca em suas vidas.
Por essa razão eu afirmo: se a adoção é um ‘ato de nobreza’, certamente é por parte da criança que o tornará rico de amor e realizações e jamais o contrário. É nobreza ter filhos biológicos? Então por que com os adotivos, seria? Não é caridade. Caridade se faz na igreja ou em entidades assistencialistas.
Também não é “reposição” como cruelmente chegaram a me dizer. Não, cada filho é um filho, um ser totalmente diferente um do outro. Não estávamos em busca de “repor” ou “substituir” Bruno e Bibiana: queríamos ser pais novamente, simples assim.
Bem, fizemos nossa inscrição simples e rápida e depois de algumas entrevistas, nos habilitamos e entramos para a enorme e infindável fila.
Um parêntese: as pessoas costumam reclamar da burocracia para se habilitar. Mas devo lembrá-los que estamos falando de vidas. Para você comprar uma casa, é exigido de você um sem-número de documentos e nem por isso alguém reclama. Gente, o Estado passará para você algo inestimável e, para isso, precisa se cercar dos meios disponíveis para saber se está agindo corretamente!
Em minha opinião, o problema não é a burocracia necessária, mas o tempo de espera dependendo da criança que você quer.
Um conselho: não abram mãos dos seus sonhos, nem dêm ouvidos aos "urubus".
Nós não abrimos e vejam só...
( Lucas e Mariana)

Lucas nasceu em Brasília, com um ano e meio de ‘gravidez’(espera).
Mariana nasceu em Bagé, quando Lucas tinha 6 anos.
Sobre questões ‘de sangue’, passei por três experiências de preconceito. Depois disso, aprendi a andar armada (no sentido figurado) e ai de quem abrir a boca perto de mim ou dos meus filhos. Viro uma leoa!
E passei por uma situação engraçada, também: levei Lucas na dentista e ela queria ver a quem ele tinha puxado, na questão da oclusão. Lá fiquei eu, abrindo e fechando a boca para ela ver meus dentes.
Dããããã! Eu tinha esquecido completamente!!! rsssss.

Lucas sabe que nasceu de outra barriga, sabe que tem dois irmãos que moram no céu (Bruno e Bibi) e sabe que é muito amado. Tenho completa segurança no amor e nos laços que nos unem - infinitamente maiores que os de sangue. E Mariana seguirá pelo mesmo caminho, porque é um direito deles saber da verdade e minha obrigação contar. Afinal, onde estaria minha segurança nesse amor, se não falasse a verdade? Um dia eles correrão atrás do passado deles e eu quero ajudá-los da melhor forma possível.
Sobre os filhos biológicos, não tem dia que não pense e não fale com eles. Meu telefone? O amor.
Se eu voltaria no tempo? Não.

Estas duas tatoos têm significados correlacionados: as estrelas que estão no céu e a borboleta, para me lembrar de duas coisas: que tudo passa e que estamos em constante transformação à caminho da lenta edificação espiritual.
Esta postagem justifica este, da Margaret, que me emprestou o ombro. Obrigada, flor!
E aqui tem um relato de uma outra situação pela qual passei, antes de ter a Mariana.
De vez em quando as feridas abrem, é a vida. Mas mesmo assim somos felizes de verdade, porque nos amamos.
;-)

ESTA POSTAGEM FAZ PARTE DE UMA BLOGAGEM COLETIVA, REALIZADA NESTE DIA SOBRE ADOÇÃO E ESSA É A MINHA HISTÓRIA.


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Lacos de família


Renata do blog: O mundo na luneta
Foto retirada Daqui

10 Novembro 2008

No começo deste ano, meu avô que sempre foi um homem muito ativo, sofreu um derrame e estava na cadeira de rodas. Fez fisioterapia, melhorou muito, mas sempre quando o via parecia desanimado.

Nesse domingo percebi que havia algo diferente. Ele estava todo contente porque ia ganhar seu primeiro bisneto: a mulher do meu primo tinha contado que estava grávida. E naquele momento parecia não haver notícia melhor que aquela!

Outro dia, no trabalho, num dia cheio de aborrecimentos e problemas, ouvi um colega falar: "Ainda bem que tenho a Júlia (que é a filhinha dele) me esperando em casa. Às vezes, saio daqui com a cabeça fervendo, mas quando a vejo, com aquele sorriso me esperando chegar, esqueço tudo, relaxo e durmo em paz."

E há alguns dias saiu na Folha: "Mulher de 56 anos dá à luz netas trigêmeas". A avó ajudou a filha que não podia engravidar emprestando sua barriga. A família registrou tudo num blog que estava sendo divulgado pra quem quiser acessar, tiver dúvidas ou apenas ficar curioso.

Através desses relatos, quis mostrar que a existência de uma criança: seja um filho, um neto, um bisneto - biológico ou não - é capaz de alegrar, transformar, renovar. Esses laços tem poderes mágicos e são capazes de preencher vazios no coração, que antes pareciam infindáveis.

Não estou participando oficialmente da Blogagem Coletiva sobre Adoção, promovido pelo Blog Saia Justa e pelo Dácio Jaegger, mas queria aproveitar para apoiar e divulgar.

A adoção é mesmo um ato de nobreza. É um grande desafio.

Porém, existem aquelas pessoas com um amor pra doar que é do tamanho do mundo. Um amor capaz de ultrapassar as barreiras e todas as dificuldades. Basta que o processo seja simplificado. Se torne menos burocrático e menos cansativo. O que será dessas crianças e adolescentes abandonados se perderem a esperança de encontrar seus lares, se é isso, muitas vezes, a única esperança que lhes restam?Fazendo parte da blogagem: Adocao, um ato de nobreza!

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Adocao


Marlene Mora do blog: Meu Blog

Recebi esse convite da Georgia


"Em abril você fez parte da blogagem Contra o Analfabetismo

e agora estou aqui te convidando para uma outra blogagem.

Quem sabe você também vai aderir.

Passa lá no meu blog para saber mais.

Acredito que você tenha muita coisa para contar."


Realmente tenho muito a falar sobre adoção: na minha familia temos 7 crianças adotivas.

Não concordo que adoção seja um ato de nobreza. Explico: quando se adota uma criança por amor, de coração , não existe nobreza, porque voce é quem ganha com isso. Quando se fala em ato de nobreza, à primeira vista, parece que falamos de praticar uma boa ação, uma caridade. Na verdade, se as pessoas soubessem o qto é maravilhoso adotar uma criança , todos adotariam. E em muitos casos a caridade é feita para quem adota, pois muitas pessoas se sentem incompletas por não serem mães e pais, se sentem vazias, ser pai, e principalmente ser mãe, é o grande anseio da vida de muitas pessoas. Se uma dessas pessoas descobre que não pode gerar um filho sofre imensamente, e aí a adoção será uma caridade pra ela, pois a criança virá preencher uma lacuna na sua vida, que do contrário poderia transformá-la em um ser amargo e infeliz.
Acredito que muitas pessoas não adotam achando que não vão amar a criança como se fosse filho biológico. Ledo engano, amamos muito mais. Até esqueço que os nossos são adotivos, a ponto de pedir exames médicos para saber se tinham diabetes como meu pai......kkkkk.
Gostaria que leis específicas fossem criadas facilitando a vida de quem quer adotar uma criança.
Tivemos alguns dissabores durante os processos de adoção, que poderiam ter sido facilmente evitados se as leis fossem mais específicas e o processo menos burocrático. Mas não desistimos e hoje somos felizes com as presenças dessas crianças lindas e maravilhosas que nos aceitaram para fazermos parte da vida delas.
Só que muita gente passa anos na fila da adoção, enquanto muitas crianças crescem sem família, o que diminui a cada dia sua chance de ser adotada. Porque infelizmente muita gente não aceita adotar crianças um pouco maiores, querem escolher bebês, desta ou daquela cor, com olhos assim ou assado. Até entendo que algumas pessoas não tenham estrutura emocional para aceitar uma criança de outra raça, ou que já chega com uma certa idade, muitas vezes tendo vivido em lares provisórios e orfanatos, revoltadas, desconfiadas, magoadas e cheias de cicatrizes emocionais que às vezes não se curam nunca. Para viver essa situação a pessoa tem que estar muito mais disposta a amar sem reservas, a aceitar as dificuldades e barreiras, tem que estar mais bem preparada pisicologicamente para entender o lado da criança ou adolescente. E muita gente já sofreu tanto com a esterilidade, às vezes com tratamentos médicos caros, prolongados e infrutíferos, está debilitada emocionalmente, e quer jogar toda a sua carência de uma vez em cima da criança. Com uma criança um pouco maior ou um adolescente isso certamente causará um impacto negativo muito forte, e os conflitos surgirão. Nesse caso então, melhor mesmo que se adote um bebê.
E quando a criança é de outra raça? Também pode ser um probema, se a pessoa não conseguir lidar direito com as suas próprias emoções. Um dos meus sobrinhos é negro, e seu pai é alemão, louro, olhos azuis, pele cor de rosa. Os dois são profundamente apaixonados um pelo outro, e a diferença das raças nem é percebida por eles. Mas por outras pessoas sim, que às vezes olham com estranheza. Como lidar com isso?
Fácil. Com muito amor.

Teve um caso engraçado, que aconteceu no parque de um shopping center, aqui no Brasil. Meu cunhado esperava seu filho ao lado do brinquedo, e quando o brinquedo parou, a atendente, solícita, pegou um menino loirinho no colo e veio trazer para meu cunhado. Ele sorriu e disse:
"- Esse não é meu filho. Meu filho ser aquele outro." A atendente ficou sem graça, se desculpou, constrangida, e foi buscar meu sobrinho. Mas o constrangimento ficou apenas pra ela, pois para nós a história virou piada. Mas outra pessoa no lugar do meu cunhado poderia ter até se ofendido, e criado uma confusão. A moça não teve culpa, não fez por mal, agiu naturalmente, correspondendo a criança ao adulto pela raça. Claro! E meu cunhado, que é muito bem resolvido nesse assunto, entendeu a confusão dela e agiu naturalmente.

Fica aqui portanto a minha experiencia e opiniao sobre adoção.

Adote e seja um ser humano mais feliz!

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Adocao- um ato de amor legítimo!


Luma do blog: Luz de Luma, yes party!


Adoção - um ato de amor legítimo!

“Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência (...)”, assim rege o artigo quinto do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Os procedimentos para uma pessoa ou casal adotar uma criança são simples, apesar da burocracia exigida. O primeiro passo é se dirigir ao Juizado da Infância e Juventude, apresentando documentação pessoal. É marcada uma entrevista que será feita por uma equipe interdisciplinar. Se provadas as condições, o cadastro é aprovado automaticamente e os nomes são colocados na fila de espera.

* Cartilha - Adoção de crianças e adolescentes do Brasil

"Adoção à brasileira x Adoção legal"

De alta incidência no país, a adoção à brasileira é fato social, informal e seu tratamento circunscreve-se à esfera da moral. No âmbito da dogmática jurídica é pouco caracterizada, sendo que dentro do Ordenamento Normativo Estatal não existe uma lei disciplinando que permite a prática da adoção à brasileira.

No Código Penal ela é tipificada como crime no art. 242:

"Art. 242- (...); registrar como seu filho de outrem; (...)

Pena - reclusão, de 2 a 6 anos

Parágrafo Único - Se o crime é praticado por motivo de reconhecida nobreza:

Pena - detenção, de 1 a 2 anos, podendo o juíz deixar de aplicar a pena" (Celso Delmanto, 1991:385).

Quem se utiliza dessa prática, age à margem e contra a lei. Mesmo assim devemos questionar se existe conteúdo jurídico para a prática informal da adoção.

Existe direito além dos limites do direito do Estado? Que idéia tem o Estado de justiça social?

Fato social = realidade social = relações sociais. Dentro desta ordem, restringir o direito é limitá-lo, confundir o legal com o jurídico.

E a lei só se confunde com o direito, quando tem conteúdo jurídico.

O direito pode também surgir a partir de fontes que não as estatais, não renegando as do Estado e sua legitimidade, que se funde com o legal, para se unir com a vontade da maioria, dando amplitude às possibilidades de produção do jurídico.

O que é legítimo?

"É o que prevalece a vontade da maioria para o que é fundado numa razão científica de conteúdo sem essa especificação, grupos sociais distintos, inclusive dentro de um mesmo país, poderiam e podem apresentar, sem qualquer limite, como direito, regras que se contradizem reciprocamente" (Souto, 1997:63).

A população não compreende o que vem a ser o direito substancialmente, sendo secular o questionamento do sentimento e da idéia de justiça. Lamentavelmente os escritos são superficiais, não atingindo o cerne da questão, fazendo o direito parecer transcultural nos processos ligados à vida.

O Direito vivo é fenômeno psíquico e inerente a natureza humana; é a consciência coletiva que se consolida através das consciências individuais. O sentimento humano de justiça baseia-se no direito, na moral e na equidade. A informação científica é, portanto, essencial para determinação do conteúdo do direito.

O impulso de ser, de conservação individual e da espécie é elemento infra-estrutural do sentimento de justiça.

Como sabemos, na falta de dados científicos que informem o sentimento humano de justiça, se determinado fenômeno social apreendido é ou não jurídico?

"1) deve ser a preservação da vida; 2) para a preservação da vida é necessária coesão social"(Baptista, 1996:30).

O que levam as pessoas à adoção?

Basicamente as razões para que as pessoas recorram à adoção são as mesmas e uma única pessoa pode ter várias razões que a motivam a adotar. Nas primeiras das razões, a pessoa é movida por altruísmo - vontade de ajudar uma criança abandonada, seguida do impedimento de gerar vida.

À luz do paradigma sócio-jurídico, essas pessoas agem baseadas em razão legítima, pautando suas condutas no sentido de que a vida de uma outra deve ter continuidade. O que legitima a conduta jurídica, não contradizendo ou superando a necessidade de prova científica para se firmar como conhecimento de conteúdo racional.

Cabe reforçar que não se pode confundir o legal com o jurídico e para coibir a prática da adoção à brasileira, a Justiça exige dos cartórios que não procedam a escrituração de novos registros de crianças, sem que seja apresentada pelos pais a autorização da Justiça.

Outra medida foi a tomada pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) lançando a campanha Mude um Destino. Na primeira etapa da campanha, iniciada em 2007, o objetivo era chamar a atenção da sociedade para as condições de vida, das cerca de 80 mil crianças e adolescentes que vivem em abrigos no País.

A segunda etapa também já iniciada em vários Estados do país, tem como objetivo o de mostrar à população que o processo de adoção não é tão burocrático e que é fundamental o caminho judicial para a segurança dos pais e das crianças adotadas.

O documentário “Se essa casa fosse minha” e a cartilha “Adoção passo a passo” são materiais divulgadores do tema.

Com a cartilha em mãos, quem quer adotar não incorre em arbitrariedades e garante a preservação da vida.
Este texto faz parte da blogagem coletiva, iniciada por Georgia e Dácio Jaegger e que pretende com a ajuda da blogosfera, renovar a esperança em lares e instituições que abrigam menores.

Dois blogues foram criados para dar suporte à essa movimentação da blogosfera: Blog Blogagem e Chega mais & Saia Justa e você pode confirmar a sua participação em qualquer um dos dois. A blogagem acontece de 10 a 15 de Novembro.

Está perdido e não sabe o que publicar? O assunto é mesmo vasto e tanto é que isto foi cogitado, dando-lhe sugestões de postagem:

1) Depoimentos de quem adotou uma criança;
2) Quem pensa em adotar e está neste corredor de espera;
3) Como foi o seu contato com a entidade X criança X você;
4) Quais as dificuldades enfrentadas até a reta final;
5) Você, parente ou amigos estão no corredor de espera para a Adoção?
6) Gostaria de discutir o assunto mesmo que não queira adotar uma criança?
7) E como vê toda essa situação na sociedade em que vivemos?

Participe e publique a sua opinião sobre o assunto.

Boa blogagem!

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Adocoes por casais homoafetivos



Zeca do blog: JANELAS DO ZECA

ADOÇÃO POR CASAIS HOMOSSEXUAIS

Antes da Constituição de 1988, a família (base da sociedade) era considerada legal apenas quando oriunda do casamento entre um homem e uma mulher, diante do juiz de paz. E de preferência também diante de um altar e de um padre. Após 1988, passou-se a reconhecer também a união estável e a família monoparental, possibilitando a todos os cidadãos o direito à constituição de uma família, seja ela de forma natural, artificial ou por adoção.

A afetividade, sentimento que regula as relações familiares, é universal, portanto, independe da sexualidade das pessoas que a sentem e manifestam. Alguém pode afirmar que um indivíduo homossexual não possa sentir afeto por outros seres humanos, sem ser um afeto erotizado? Seria impossível um homossexual sentir amor e carinho por uma criança? Querer cuidar, proteger, prover, ser pai, ou mãe dessa criança? Até mesmo estas perguntas parecem carregar uma carga de preconceito, Pelo fato de estarem sendo feitas. Mas, infelizmente, se tornam necessárias numa sociedade onde os preconceitos se escondem, se omitem, se mascaram.

A institucionalização da família monoparental fortaleceu a tese de que o homossexual tem direito à adoção, já que a Carta Magna prega o principio fundamental da proibição a qualquer tipo de discriminação. Como a própria Constituição Federal prega que ninguém é ou pode ser obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude de lei, não é possível proibir ou coibir este tipo de adoção, para não ir de encontro ao direito da criança de ter um lar com afeto. Deve-se sempre levar em consideração o que melhor atende aos interesses do menor. E diante de tantos menores abandonados e carentes de afeto e cuidados, como proibir sua adoção por pessoas dispostas a suprir todas as suas necessidades? Seria melhor que mofassem nas instituições governamentais que as “guardam” como objetos sem valor, onde aprendem desde cedo a “se virar” ou a “se dar bem” para sobreviver? Não seria melhor colocá-las num lar, onde receberiam afeto, educação, seriam cuidadas, tratadas e teriam o seu desenvolvimento acompanhado, por dois pais ou duas mães?

O termo “união homoafetiva” foi criado em substituição ao termo “união homossexual”, pois evidencia o sentimento que permeia essa relação, o afeto. A proibição de adoção em função da orientação sexual dos pais ou mães adotivos fere o principio fundamental da dignidade humana. É impensável afirmar que esses casais poderiam influenciar na formação da personalidade da criança, pois jamais ficou provado esse tipo de influência. Diversos estudos e pesquisas jamais permitiram vislumbrar a possibilidade de ocorrência de distúrbios ou desvios de conduta pelo fato de alguém ter dois pais ou duas mães. Esse tipo de afirmação é revestido de preconceitos e, portanto, isento de legalidade.

A homossexualidade existe há milênios (talvez desde sempre), a exemplo de documentos da Grécia e da Roma antigas, entre muitos outros países, onde a homossexualidade era um fato natural, com os jovens sendo iniciados sexualmente por outros homens, mais velhos. O surgimento do cristianismo trouxe consigo a reprovação a essa prática, transformando-a em “atitude repugnante, antinatural”. Ainda hoje a Igreja continua lutando contra o reconhecimento desse tipo de união, embora em seu seio existam muitas pessoas vivendo relações homoeróticas e homoafetivas.

Até pouco tempo atrás, a homossexualidade era vista como doença, depois foi considerada um distúrbio de comportamento. Ainda hoje a medicina, a psicologia e outras ciências, estudam suas origens no sentido de responderem se é uma opção ou decorre de origem genética. A sociedade, entretanto, compreende a homossexualidade como uma condição natural, não apenas observada em todas as civilizações e em todos os tempos, como também bastante comum nos demais seres da natureza. Este não é um tratado a respeito da sexualidade, apenas um libelo a favor da adoção por casais do mesmo sexo ou pessoas homossexuais.

Os países nórdicos, mais liberais, já legalizaram as uniões homoafetivas, com direito a casamento e adoção, entre outros. Os países mais conservadores, como os muçulmanos, ainda praticam até a pena de morte para quem praticar esse tipo de relação. Já nos demais países, especialmente os do bloco ocidental, a homoafetividade vem sendo discutida, até com chances de aceitação e legalização. Enquanto isso cabe aos juízes, como por exemplo, no Brasil, o veredicto final sobre legalização de relações, direito a assistência médica, herança e, sobretudo, adoção.

Enquanto nos EUA, com seu governo ultraconservador, foi determinado que o casamento deva ser realizado apenas entre homem e mulher, no Brasil, onde os diversos tipos de preconceitos são camuflados pelo famoso “jeitinho”, ou fingindo não ver, muitas pessoas têm morrido violentamente em razão da sua preferência sexual. Enquanto outras, corajosamente, brigam na justiça pelo direito de adotar uma ou mais crianças. Alguns já conseguiram fazer valer os seus direitos na justiça, outros ainda aguardam as decisões. Mas, como bons brasileiros, não desistem dos seus sonhos, nem fogem à luta.

No meu entendimento, a união homoafetiva é uma entidade familiar, com todos os direitos e deveres das famílias formadas por um homem e uma mulher. Trabalhadores, consumidores, pagadores de impostos, de taxas, de tributos, em cascata ou não, os homossexuais podem, sim, unir-se ao alvo dos seus sentimentos e, com base numa relação estável e permeada pela afetividade, podem tirar dos orfanatos ou das ruas menores carentes de tudo, não supridos pelos seus familiares de sangue, muito menos pelo governo. Podem e devem ter a oportunidade de transmitir aos seus filhos adotivos valores preciosos para a manutenção da sociedade como respeito, honestidade, honra, cidadania e patriotismo, entre muitos outros. Ou será melhor deixar essas crianças entregues à própria (má) sorte, aprendendo a virar mais um bandido?

Fonte: artigo de Caroline Ramos de Oliveira, estudante do curso de Direito das Faculdades Jorge Amado.
A lista das adesões dos blogs está publicada tanto no Chega mais do Dácio quanto no Saia Justa da Georgia. Para ler os outros textos basta clicar sobre os links num dos dois blogues.

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Adocao, um assunto em discussao



Lino Resende do blog: Lino Resende

Fui privilegiado com filhos, mas tenho amigos e familiares que buscaram tê-los e não o conseguindo, decidiram adotar crianças. E tenho amigos que, com filhos criados, fizeram este mesmo caminho. Tanto em um, quanto no outro caso, isso me provoca uma profunda admiração, sobretudo por estes conhecidos não fazerem o caminho tradicional, de seleção por cor, mas por adotarem a diversidade. Cito os exemplos porque eles divergem dos números sobre adoção no Brasil. Enquanto um amigo, caucasianos ele e a esposa, adotaram uma criança negra, que faz a alegria da casa e de quem a frequenta, a demanda por adoção no país é por crianças brancas, recém nascidas e meninas. Quem não se enquadra nestes quesitos, já começa com uma grande desvantagem. Os números só ressaltam a coragem do meu amigo.

Embora - como disse - com casos na família e entre amigos, nunca havia me debruçado sobre a questão. Com a blogagem - promovida pelo Dácio e pela Geórgia, e cujos participantes podem ser vistos aqui - procurei ler sobre o assunto e confesso que me surpreendi com os números e com uma outra faceta, que já conhecia, que é a chamada adoção ilegal. Nela, famílias conseguem crianças com terceiros, sem cumprir as formalidades legais, registrando-as como filhos. As informações dizem que este tipo de adoção continua sendo muito comum em todo o país.

Se, de um lado, há muita gente querendo adotar e, do outro, crianças disponíveis para adoção, o perfil de exigência faz com que muitos cresçam sem família - conheço pelo menos um caso e que, hoje, são pessoas bem sucedidas. Aqui, de certa forma, prevalece o preconceito, pois a maioria não quer crianças a partir de uma determinada idade e nem aquelas que não se enquadram no padrão de brancura procurada por uma boa parte da sociedade brasileira.

Pelo que li, há toda uma discussão entre a adoção legal, sancionada pela Justiça, e aquela outra, dita informal por alguns, mas classificada como ilegal por outros. Será que este tipo de adoção deve ser banido? Será que, para a família e para a criança, este é um processo ruim? Será que a lei está correta e a prática, errada? Acho que são questões que têm de ser postas, uma vez que são reais, ocorrem no dia a dia e, na maioria das vezes, com casos que se tornam emblemáticos. Será que é mesmo preciso o aval da justiça para se adotar alguém?

Conheço um caso emblemático. Em uma família com muitos filhos, todos estudantes, eles acabaram arranjando um amigo de escola que tinha perdido os pais em um acidente. Era já adolescente e, como se enturmou com os estudantes, passou a frequentar a casa da família. A proximidade acabou aumentando e ele, na verdade, foi ficando mais e mais tempo, o que o levou, no final, a morar com a família. Passou, então, a fazer parte dela, transformando-se no décimo-terceiro filho do casal, que era e é pobre, mas tinha muito orgulho de poder acolher o menino que era amigo de seus filhos.

Hoje, esta criança é um adulto. Com o apoio da família, estudou e acabou se transformando em um profissional conhecido na sua área. Casou-se, teve filhos e estes são considerados mais alguns dos netos que o casal tem. Agora, como antes, ele não chama de pai ou mãe, mas considera o casal que o acolheu como se o fossem e os seus filhos, como irmãos. Ele ganhou 12 irmãos e estes, ganharam mais um.

O que fico pensando, ao refletir sobre leis e exigências para a adoção, é o que teria acontecido se a família buscasse se enquadrar em todos os aspectos legais. Será que conseguiria adotá-lo? Afinal, já tinha 12 outros filhos para criar. O que este exemplo me diz - e ele é muito próximo a mim, pois os filhos de quem foi adotado são, hoje, meus sobrinhos - é que a adoção, antes de tudo, é um gesto de amor, de solidariedade e não se prende ao processo legal.

Este processo, aliás, pode até ser preenchido, mas antes é preciso olhar a família e, nela, a criança, vendo que pode ganhar um lar, uma família. E isso não se enquadra em dispositivos legais, mas na disposição pessoal de cada um, de dar-se e de receber. Em alguns casos, de se completar, preenchendo o lugar que a biologia não lhe permitiu. Em outros, mostrando a disposição de acolher quem precisa. Assim, temos de aplaudir quem toma tais iniciativas, e não criticar por não haver adoções suficientes para todas as crianças disponíveis.

Temos de ver a adoção, no meu entender, não como um processo legal, mas como algo de fundo afetivo, de alguém que se dispõe a dar-se e a receber outrem que não é biologicamente ligado a ele, transformando-a em um membro de sua família e lhe dando guarida. Será isso garantia de acerto? Ninguém pode dizer, mas se olharmos a questão do lado afetivo, não como um processo, teremos, acredito, mais possibilidade de que dê certo.

E falo isso olhando os exemplos que citei. Todos eles foram vitoriosos. Hoje, alguns dos adotados são adultos, caminhando para constituir suas famílias. Outros, já o fizeram e alguns estão, ainda, na adolescência, mas se sentem pertencendo a algo que lhes deu acolhida e lhes dá suporte para caminhar adiante.

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Adocoes no Brasil


Denise BC do blog: Alecrim Dourado


Documentos, entrevistas e avaliação psicológica fazem parte do passo a passo para quem pretende adotar uma criança ou adolescente no país. Segundo relatório do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), são mais de 80 mil crianças e adolescentes à espera de uma solução definitiva, precisando de um lar, vivendo hoje em um abrigo no Brasil, sem poder ser adotadas legalmente. Cerca de 8 mil (10%) delas estão aptas para adoção.

Tudo por que a ECA – Estatuto da Criança e Adolescente (lei que rege a adoção) busca re-adaptar a criança ao lar biológico antes de colocá-las em um lar adotivo. O que ocorre é que a maioria destas crianças ficam abrigadas até completarem a maioridade e depois são "largadas" no mundo. Infelizmente, é isto que acontece.

Por outro lado, existem milhares de pessoas que desejam adotar estas crianças. Porém, o procedimento jurídico, além de ser extremamente moroso e burocrático, não é igual em todos os Estados Brasileiros.

Mas o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) lançou o Cadastro Nacional de Adoção (CNA), o que promete agilizar os processos. O cadastro reunirá dados de crianças aptas à adoção de todo o país. Além de agilizar adoção, o mesmo permitirá o cálculo de estatísticas sobre o assunto.

O sistema será implantado nas varas da Infância e da Juventude e todos os dados estarão inseridos no sistema. A vara da infância é o primeiro local que os interessados em adoção devem procurar para iniciar o processo.

Fonte

Assista o vídeo do Programa "Cidade & Soluções" da Globo News exibido em 13/07/2008, com raio-x das adoções no Brasil. Conheça o jeito certo e o jeito errado de se adotar uma criança ou adolescente. Veja qual o perfil típico de quem adota e o tipo de criança preferida.

O sistema de adoções do Brasilhttp://video.globo.com/Portal/videos/cda/player/player.swf" name="movie">autoStart=false&width=580&height=492" name="FlashVars">O sistema de adoções do Brasil

Aqui você encontrará a Cartilha de Adoção.

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Adocao, um ato de nobreza!


Sahr Rubia do blog: Os Pensamentos de Eu e Ela


" Li no blog do Adão, visitei o blog Saia Justa e decidi participar.



Bruna com 3 anos

Quando tinha 14 anos, numa dessas andanças de adolescentes, me apaixonei por um bebê, foi amor a primeira vista. Minha primeira reação foi de proporciona-la o bem estar, dias depois estava eu me oferecendo pra cuidar do bebê de graça para que a mãe pudesse trabalhar, não precisa nem dizer que se tornou o xodó da casa em poucos minutos, logo tratamos de arrumar-lhe roupas adequadas, alimentação de acordo com a idade que tinha(pouco mais de 6 meses), tudo aquilo que se faz com um bebê esperado. A noite a mãe vinha busca-la, era triste essa hora, mas com o tempo ela foi ficando, foi ficando, até que a mãe não vinha mais.

Uns meses depois, ela apareceu e levou a nossa menina, e pior entregou para que outra pessoa a criasse, foi horrível, passaram-se mais alguns meses e soubemos a pessoa havia devolvido e ela não sabia o que fazer com a menina, lembro-me como se fosse hoje, devia ser umas 2 horas da tarde de um sábado, cheguei em casa com a certeza de minha mãe faria isso por nós, se adentrar num território perigoso da baixada fluminense para buscar nossa menina, sempre fui pirracenta, quando eu acredito que o que eu quero é o certo pra mim não existem barreiras, na época eu era apenas um adolescente, estudante, mas meu irmão trabalhava, foi fácil convence-lo a arcar com a despesas e ele cumpre a palavra até hoje, caso seja necessário lá está ele.

Parecia uma operação policial, tínhamos pouco tempo antes do anoitecer(onde ela estava não podia ficar com a menina), lá é mais ou menos uma zona de guerra, depois que o sol se põe estranhos não são bem vindos, e conseguimos, passamos bons anos sem ouvir falar da genitora da Bruna, esse foi o nome que ela deu a filha, mas precisávamos dela, a menina não tinha certidão de nascimento, nem viajar podíamos com ela. A mãe se negou a entregar o registro de nascimento e nada mais tínhamos do que um cartão de vacina, nossos cuidados eram dobrados, afinal, perante a lei ela não existia.

Eu não podia adota-la por conta de um paragrafo da lei de adoção, a diferença de idade deve ser de no mínimo 16 anos entre o adotado e quem vai adotar. Soube de um cartório que faria o registro em meu nome mesmo sem a declaração de nascido vivo, lá pelas bandas do subúrbio, era só molhar a mão da escrivã, não, a nossa não era essa, queríamos garantia de que nada fosse revertido mais tarde, além do mais, estaria cometendo um crime.

E assim seguimos, com bons contatos conseguimos que ela estudasse, mesmo sem documento algum, orientados por advogados, deveriamos esperar até que completasse 12 anos para entrar com o pedido de adoção, antes disso estávamos a mercê da visão pessoal de um juiz, ele poderia determinar que não tínhamos condições para adota-la.
Resolvemos esperar, entre ameaças e chantagens por conta da mãe biológica, que exigia dinheiro para fornecer o que era direito da menina.


Quando finalmente chegou a hora, tivemos a sorte de ter como juiz da vara de infância e juventude o excepcional Siro Darlan, que nem exigiu a liberação da mãe biológica para a adoção, já que ela tinha deixado a menina conosco e arcávamos com todas as despesas e educação fazia tempo.


Devido muitos contratempos minha mãe resolveu assumir a maternidade da Bruna, ela foi criada como minha irmã, toda a documentação foi feita no nome da minha mãe e do marido dela.

Mas não deixei de sofrer com a gravidez precoce dela, não deixei de sentir aquela leve depressão de quando os filhos saem de casa, é... hoje ela tem a família dela. Eu tentei fazê-la mudar de ideia, esperar um pouco mais, se estruturar mais, mas os filhos crescem e não podemos continuar a decidir por eles. Ela também teve seus faniquitos nas vezes que eu engravidei, tinha medo de que eu tivesse outra menina.

Sinto orgulho da Bruna, as vezes até esqueço que ela não tem o mesmo sangue que o meu, quando o filho dela nasceu, me peguei procurando semelhanças conosco, dãnnnn...
Tenho planos de adotar um outra menina, sempre digo, quando o Igor completar 10 anos...
Não sei se vai ser exatamente nessa época, pode ser antes ou depois, estou aberta a escolha de alguma menina, é... porque acredito que nos casos de adoção somos escolhidos, a criança nos sorri e explode o amor, somos fisgados irreversivelmente.
A decisão foi tomada quando soube que teria outro menino, não queria mais filhos nascido do meu útero, quero filhas nascidas do coração.

Lembrando sempre que: "Toda criança tem o direito de saber sobre sua origem."
Nada de tentar substituir pais biológicos, nada de não responder perguntas, Ser pai ou mãe adotivos é uma relação diferente, baseada no amor e na confiança.

A quem tem duvidas sobre adotar ou não, eu sempre respondo, não existe diferença entre filhos adotivos ou biológicos a não ser que o coração esteja repleto de preconceitos.

O Adão faz uma referencia a herança, “não gostaria em nenhuma hipótese dividir os bens da família com uma criança adotada, que teria os mesmos direitos aos bens que os filhos dela!”, não é a opinião dele.
A Bruna tem os mesmos direitos hereditários sobre os bens da minha mãe que nós, na herança do meu pai, tratamos de reserva-lhe uma parte já que legalmente não faz parte do inventario, nunca existiu duvidas sobre isso.


Adoção é mais que um ato de nobreza, adoção é amor a primeira vista.
Esteja aberto a esse amor e quando ele pintar de-lhe uma chance, mas você pode ter que lutar por ele.


PS:
Algumas pessoas ainda acham que a Bruna é filha de um de nós 3 (filhos biológicos) e que minha mãe escondeu isso da sociedade, tudo por conta do carinho que dedicamos a ela. Quando alguém me pergunta isso, eu sorrio e digo, "Ela é filha do coração."
De todos os filhos da minha mãe, e entre todos os irmãos ela é a mais mimada.


PS 2:
Tentamos proporcionar a mãe condições de criar a filha, mas houve resitencia por parte dela, hoje tem mais de 10 filhos, só 2 ou 3 criados por ela.

Beijos,
Sarah Rubia.

Visite meu Blog
Os Pensamentos de Eu e Ela

"Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero uma verdade inventada." Clarice Lispector







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Adocao no Brasil



Carlos Emerson Jr. do blog: Cejunior
Adocao no Brasil

E para ser o mais objetivo possível, já que considero que a adoção é sobretudo um ato de amor ao próximo, vou passar algumas informações importantes e técnicas sobre os procedimentos a serem tomados por quem pretende adotar uma criança. É trabalhoso, demorado e pode ser frustrante mas lembrem-se que, no minimo, estaremos dando um futuro a quem não tinha nenhum.

As informações abaixo estão disponibilizadas no site AjudaBrasil:

AS ETAPAS DO PROCESSO DE ADOÇÃO

Passo 1: Visite uma Vara da Infância e Juventude

Dirija-se até a Vara da Infância e Juventude mais próxima de sua casa, com os seguintes documentos:
- RG
- Comprovante de residência

Passo 2: Agende uma entrevista com o setor técnico e verifique a documentação necessária para dar continuidade ao processo.

A vara agendará uma data para uma entrevista com o setor técnico. Você receberá a lista dos documentos de que a vara precisará para dar continuidade ao seu processo. Estes documentos variam de vara para vara, mas geralmente são:
- Cópia autenticada da certidão de casamento ou nascimento
- Cópia do RG
- Cópia do comprovante de renda mensal
- Atestado de sanidade física e mental
- Atestado de idoneidade moral assinada por 2 testemunhas, com firma reconhecida
- Atestado de antecedentes criminais

Passo 3: A entrevista.

Na entrevista você preencherá a ficha de triagem em que poderá selecionar o tipo físico, idade e sexo da criança. A partir daí, você fará parte de uma lista de espera. Quanto menor for o número de restrições, menor o tempo de espera pelo filho desejado.

Passo 4: A aprovação da ficha.

Uma vez aprovada a ficha, você está apto a adotar.

QUEM PODE ADOTAR E QUEM PODE SER ADOTADO

Quem pode adotar?

• Maiores de 21 anos, qualquer que seja seu estado civil
• O adotante deve ser 16 anos mais velho do que o adotado
• A Justiça não prevê adoção por homossexuais. A autorização fica a critério do juiz responsável
• Cônjuge ou concubino pode adotar o filho do companheiro

Quem não pode adotar?

• Avô não pode adotar neto
• Irmão não pode adotar irmão
• Tutor não pode adotar o tutelado

Quem pode ser adotado?

• Criança ou adolescente com, no máximo, 18 anos de idade, na data do pedido de adoção.
• Pessoa maior de 18 anos que já esteja sob a guarda ou tutela do adotante na data do pedido de adoção.

Outros detalhes:

• A criança ou o adolescente passa a ter os mesmos direitos e deveres, inclusive hereditários, de um filho legítimo.
• Quem é adotado recebe o sobrenome do adotante.
• A adoção é irrevogável, ou seja, a criança ou o adolescente nunca mais deixará de ser filho do adotante, nem mesmo com sua morte.
• Posso registrar como meu filho uma criança nascida de outra pessoa?

Essa atitude é ilegal e desaconselhada por psicólogos e juízes. Essa prática - conhecida por adoção à brasileira - é crime de falsidade ideológica, previsto no artigo 242 do Código Penal, com pena de reclusão de 2 a 6 anos. Esta situação, normalmente, envolve intermediários que também podem ser punidos conforme o artigo 237 do Estatuto da Criança e do Adolescente.

Além disso, os pais biológicos podem recorrer à Justiça a qualquer momento para reaver o filho. Na adoção à brasileira, a história de vida e de origem da criança desaparece. E no futuro, isto pode gerar inquietação e problemas para o adotado.


E não deixe de conhecer e se informar nos seguintes sites:

Adoção Brasil
Procedimentos para adoção de crianças e adolescentes
Adoção à luz do Estatuto da Criança e do Adolescente

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Adocao, um ato de nobreza!


Fábio Mayer do blog: Fábio Mayer

Adocao, um ato de nobreza!

Antes de mais nada, quero dizer que ter filhos, biológicos e/ou adotados, é um ato de responsabilidade. Não queira ter filhos apenas porque seu "relógio biológico" está pedindo. Não queira ter filhos para salvar um relacionamento ou mesmo para forçá-lo a ocorrer. Não queira ter filhos por imposição social. Não tenha filhos se o seu parceiro não os quiser e muito menos por que sente-se sozinho ou sozinha.

Tenha filhos exclusivamente por amor e entendendo que dali em diante você terá enormes responsabilidades em criá-los e educá-los, porque é difícil ser pai e/ou mãe.

E se você decidir enfrentar o desafio considere a opção de adotar uma criança. Se você é solitário ou não quer ter um relacionamento estável. Se tendo um relacionamento não podem ser filhos ou ainda, se seu relacionamento é homossexual, pense em adotar uma criança. Melhor ainda, se você quer e pode criar mais um filho, adote uma criança.

Mas claro, desde que tenha amor para dar e condições materiais de criá-la.

Décadas atrás, numa cidade do interior do Paraná, meus pais conheceram um casal de quem ficaram amigos e a quem passei a tratar como tios. Ele foi jogador de futebol num tempo em que isso não dava dinheiro e depois que acabou a carreira, fez concurso e virou fiscal de rendas do estado, enquanto ela sempre assumiu o duro encargo de cuidar de casa e das suas 4 crianças no dia a dia.

Um dia, encontraram um bebê deixado à sua porta. Então, chamaram as crianças falaram das dificuldades e mesmo da necessidade que elas teriam em ajudar na casa e perguntaram se aceitavam mais um irmão. Todas elas disseram que sim, a família inteira resolveu adotar o bebê. E aquela família foi um exemplo de felicidade como poucas que vi na minha vida e aquele bebê cresceu sadio e feliz como filho e irmão.

Um grande exemplo de adoção por amor. Uma adoção por amor de uma familia inteira.


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Adotar


Lou do blog: A Gruta do Lou
Adotar

Em meu currículo consta uma vasta experiência no trabalho com crianças. Entre outras coisas, dirigi duas creches municipais em São Paulo, trabalhei em abrigo (orfanato cujo nome foi modificado pela tirania do corpo de psicólogos e psiquiatras cristãos ou não), pré-escola, escolas, recuperação de crianças adictas e vai por aí.

Essa história em favor das crianças e adolescentes levou-me a algumas conclusões e sentimentos radicais. Talvez você não goste do que lerá aqui. É só a minha opinião. Tudo que peço é alguma reflexão a respeito.

Crianças não deveriam viver em creches, abrigos e escolas, jamais. Isso, sem falar nas prisões infanto-juvenis e nos hospitais. Todas essas excrescências idealizadas pela mente humana deturpada e doentia são inaceitáveis. Lugar de criança é ao lado de seus pais e irmãos. Ao estado, nunca poderia ser facultado o direito de retirar o pátrio poder a quem quer que fosse.

Sei muito bem de exceções nas quais pais não possuem condições morais para manter seus filhos. Nesses casos e quando não houver a morte dos dois progenitores os avos ou parentes próximos dispostos, a solução mais adequada será um novo lar paterno, através da adoção. Insisto, as opções deveriam começar pelos avôs, irmãos mais velhos, tios, parentes e, só então, esgotadas essas primeiras, verificar-se-iam as possibilidades de terceiros adotarem.

A decisão, nesses casos, deveria caber a um conselho comunitário, do qual participassem representantes das principais setores da sociedade (igreja, estado, mídia, educação) mais um representante da família original (o primeiro adulto idôneo possível), com voto superior a todos os outros. A família pleiteante participaria, sem direito a voto.

A melhor educação possível a uma criança cujo destino levou seus pais biológicos está no lar. Quando houver amor e valores corretos, nada substituirá a experiência e a vida doméstica. Nenhuma instituição doará mais segurança, competência e carinho do que o seio familiar.

Nesse universo, a mãe presente é indispensável. Não foram poucas as vezes em que manifestei sinceramente minha crença em relação à liberação da mulher. Quando a mulher desejar viver sua vida, seja para o trabalho ou qualquer outra atividade fora do lar e da família, caberá a ela abrir mão do papel maternal. Filhos não permitem ausência materna, parcial e muito menos total. O pai e os irmãos são indispensáveis, mas seu papel é secundário em relação ao da mãe, em termos da importância. O pai precisa trabalhar pelo sustento da família e o mercado precisa entender isso.

Uma criança adotada demandará esforço dobrado e nenhuma possibilidade de uma mãe dividida entre o cuidado da criança e qualquer outra atividade. A adoção jamais preencherá ou substituirá o lar original da criança. Nesse caso, a família adotiva sempre estará em desvantagem e precisará multiplicar esforços para suprir, sempre em parte, o que foi perdido pela criança.

Todos nós precisaríamos perguntar, vez ou outra, se não há uma criança necessitando de nosso lar. Mais ainda, toda família cristã bem estruturada deveria, por dever de consciência diante de Deus, estar inscrita nas listas de adoções. Nenhuma criança deveria ser internada nessas espeluncas sociais por aí, nem provisoriamente. A grande maioria dessas casas não passam de pretexto para certas pessoas obterem recursos às custas do sofrimento das crianças abandonadas deliberadamente ou compulsoriamente e que tiveram mais esse azar de cair nessas mãos, sejam elas públicas ou privadas.

Nós não adotamos nenhuma criança. Adotamos alguns jovens que viveram algum tempo em nossa casa, voluntariamente. Hoje, eles estão bem, embora lembrem de nós raramente, ou nunca, como foi o caso de uma jovem que chegou em casa com aneroxia nervosa e nos deixou curada, de corpo e alma. Mas isso tem importância relativa.

A adoção é uma experiência, quase sempre, dura para todas as partes. Não se iludam. Sem falar na questão estética. É triste, mas crianças negras, feinhas ou deficientes, dificilmente são adotadas, inclusive pela própria parentela. Conheci, de leve, o trabalho do Focolares (uma organização católica criada pela falecida irmã Chiara Lubish) onde, entre outras possibilidades, casais se dispõem a adotar crianças com sérios comprometimentos como com síndrome de Down, AIDs, doenças congênitas complexas, câncer, etc). Alguns chegam a adotar cinco crianças com esse histórico. Depois disso, ficou difícil reclamar do meu filho natural possuir um problema complexo.

Espero ter contribuído com a iniciativa de blogagem coletiva, tão relevante, que me foi passada pela Georgia.

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Ceci do blog: Viver Melhor

ADOÇÃO: UM ATO DE NOBREZA

O casal europeu vivia aflito, não era possível procriar, e decidiram adotar uma criança, ou melhor queriam duas.

Fizeram um contato com uma instituição brasileira regular, e conseguiram um primeiro menino, de origem muito humilde, de uma favela. O menino negro M foi acolhido com amor grande, e após um ano e pouco, o casal fez nova viagem, para buscar o segundo filho. Outro menino, também negro, que gostou de ter um irmão mais novo.

Tanta dedicação, e preparação do casal para a função de pais, resultou numa acolhida perfeita, escolha de escolas de boa qualidade, porém sem luxo. E muita atenção no novo lar, carinho, sinceridade. Tudo que eles precisavam pra crescer sadios. Como toda criança, nada diferente dos filhos biológicos. Atenção e limites. //////

Passaram-se os anos. Conheci de perto a família. Sou testemunha.

A madrinha do menino M se tornou uma espécie de segunda mãe, sobretudo quando começou a puberdade. Com a madrinha brasileira completava um circuito de confiança em si mesmo, toda vez que as dúvidas o assaltavam, deixando sem vontade de viver. A mãe aprendeu a falar português para que o menino não esquecesse a língua materna.

Como acontece na humanidade, mais tarde o casal enfrentou crise conjugal, que levou ao divórcio. Os meninos se mantiveram firmes ao lado da mãe, nos momentos mais difíceis. Também brigaram com o pai, como toda criança o faria. Queriam os dois juntos pra sempre. Tal e qual os que nasceram de minha barriga.

Então, veio outro momento difícil: M e R conversaram muito com suas madrinhas, com sua mãe, pediram pra conhecer sua origem real. Os meninos tinham cada um seu coração suspenso. Viviam fantasias, M dormia mal, as interrogações pareciam grandes leões que enjaulavam seu coração de menino. R tinha vontade de ser rico, de viajar, de percorrer o mundo. Mas não gostava de estudar, parecia preso em notas débeis. Sonâmbulo em noites frias, agonias sem fim. Precisava desse passaporte para o mundo.

A mãe então programou uma longa viagem, que os meninos pudessem visitar o país e lugar de onde saíram, contatar sua origem. A mãe tinha as informações, e soube percorrer tranqüilamente as veredas que os levaram de volta à favela, com a opção de aí permanecer caso fosse sua decisão. A mãe de coração livre para amar o filho de qualquer jeito. Amor plural. Jamais ela afirmara qualquer sinal de rejeição da mãe natural.

A questão social fora o motivo. M perdera a mãe ao nascer, ficara sozinho.

R fazia parte de uma longa história, em que nem o pai ele poderia saber ao certo quem era. Mas poderia ver a mãe, uma batalhadora das noites de algum lugar desse país.

No retorno ao lar, os meninos se aquietaram, começaram um novo circuito de definições, de escolhas. Vieram os namoros, as paixões, as descobertas sexuais.

Atualmente, ambos estão independentes, cada um em país diferente, senhores de seus destinos, e no contato com os pais que os adotaram plenamente, praticam o amor, o respeito, a liberdade, a sinceridade e grande nobreza.

Recentemente, M teve uma paixão maluca, a namorada engravidou e ele se viu na dúvida quanto à validade de um casamento não desejado pelos dois jovens. Prontamente, M assumiu a criança, tomou todas as providências para que no futuro possa desempenhar o papel de pai, a contragosto da mãe-menina, em jogo de chantagem, ameaça e destempero. Acontece ali como por aqui. Imaturidade gerando vidas.

A mãe continua amadurecendo, em contato com os dois amados filhos de seu coração. Amadurecendo e orientando quando alguma insegurança ameaça o bem estar dos filhos.

Feliz e nobre adoção!

"Se algo não é obviamente impossível, então deve haver uma maneira de fazer! Nicholas Winton

Veja o vídeo incrível no Saia Justa

http://saia-justa-georgia.blogspot.com


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