quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Adocao - Que tipo de pai ou mae você quer ser?


Iza do blog: Diário de Iza


Professoras de criancinhas tem de ser como mães, não podem escapar disso. Uma vez perguntei a uma colega sem filhos, porque não adotava um filho e ela disse: "Me sinto mãe de meus alunos, de todos que passaram por mim". E realmente é assim... acabamos por dedicar mais tempo aos alunos do que aos filhos em casa. e nos sentimos mães. Aos meus alunos, corrigi-os até mesmo na rua. "Professora eu não tô na aula". Amanhã, na aula falamos sobre isso.

E para falar sobre isso, a adoção e o tipo de pai ou mãe que se quer ser que aceitei com todo carinho participar da blogagem coletiva. Adoção, um ato de nobreza. A convite de Geórgia e Dácio que fizeram um blog exclusivo para isso o blog-blogagem.

Se você quer ter um filho precisa escolher o tipo de pai ou mãe que quer ser. Isso vai influenciar em todo processo de construção da personalidade da criança a ser adotada.

Frequentemente ouço pessoalmente ou os colegas me falam de frases de pais ou mães que ( conscientes ou não que a criança esteja ouvindo tudo que estão dizendo) dizem:

  • "Não, o Betinho não é meu filho verdadeiro, a mãe dele , deu ele para mim criar e eu não sei o que faço com ele. A senhora é quem sabe, quer puxar orelha pode puxar."
  • "Professora, a Clarinha não sabe que é filha adotiva, estou dizendo para a senhora porque alguns vizinhos sabem, espero que quando ele estiver com quinze anos compreenda melhor quando eu disser que a mãe verdadeira não sou eu."
  • "Tu já sabes, se não te comportares bem em aula , te mando para o teu pai verdadeiro e com ele é na base da porrada."
  • "Peguei essa criança para criar quando ela tinha dois meses, os pais estão presos, sempre disse que não era a mãe verdadeira e agora ele está apresentando uma série de problemas que não consigo resolver. Quando ele fizer 18 anos...vai para rua, não quero nem saber.
  • A Maria, professora, não é minha filha verdadeira, é muito diferente dos filhos que saíram da minha barriga. Saiu igual a mãe verdadeira, uma ladra.
  • O Miguel soube aqui na sala de aula que não é meu filho legítimo, quero saber quem contou, professora/ agora ele não quer vir mais a aula.

As frases acima são frases de pais que não estão preparados para adotar ou criar uma criança. Confundem a ideia de ser pai ou mãe. analisam apenas a parte biológica do processo.
Para adotarmos ou gerarmos um ser temos que levar em conta a dificuldade que possamos ter com as definições: Pai ou mãe verdadeiros ou de criação. Pai ou mãe biológico ou pai ou mãe psicológico.
O estado de ser pai ou mãe é valorizado e compreendido se psicologicamente nos sentirmos pais ou mães daquele ser que está aos nossos cuidados.
Existem coisas que se respeitadas desde o início da criação ajudarão muito tanto a você que deve sentir-se pai ou mãe de verdade quanto a compreensão da criança quanto a sua identidade.
Sempre que surgir a oportunidade e surge bem cedo, muitas vezes aos cinco anos, conte através de uma historinha que existem mães que carregam os filhos na barriga e outras mães que não podem carregar seus filhos na barriga e os escolhem e que ele ,o filho psicológico, foi escolhido por ela e seu marido.

  • Não diga por aí que não teve filhos verdadeiros, porque tudo que não é verdadeiro automaticamente passa a ser de mentira e seus filhos adotivos irão pensar que são de mentira. Imagina a confusão que isso há de causar.
  • Ser pai ou ser mãe está muito além da união do óvulo com o espermatozóide.
  • Para ser um bom pai e uma boa mãe independente deste filho ter sido gerado ou escolhido em um berçário é estar psicologicamente preparado para sentir-se pai ou mãe.

Conheço um casal onde a mãe solteira na época teve um filho e o pai nunca quis saber da criança. A mãe demorou uns seis anos para conhecer uma novo homem. Este homem é o amor da vida da mãe e foi sentindo-se pai psicológico da criança chegando até a registrá-la no nome dele. A união dos três e as verdades não escondidas fez com que aos 25 anos, este filho saiba quem foi o dono do espermatozóide que engravidou a mãe mas, para ele pai verdadeiro é o psicológico, ou seja, aquele que cria.

Se você está naquela ansiedade, há muito tempo, para engravidar ou ter um filho de sua própria biologia lembre-se:

Ser pai ou mãe vai além de saber como é o rostinho da criança que nasceu de seu útero, de seu espermatozóide.

Você precisará estar psicologicamente preparado para isso também.

E quem sabe, as coisas não se tornem mais fáceis se você adotar, porque além de ser um ato de nobreza, psicologicamente não há diferença nenhuma é é isso que toda criança deve saber ao ser adotada.


De qualquer maneira o filho que criamos é nosso; é sempre verdadeiramente nosso filho.
Beijos!


Uma observação muito importante feita por Georgia, que não posso deixar de colocar aqui:

Concordo com você que pais adotivos devem desde cedo contar a eles através de
uma historinha que ele tb é adotivo. No seu texto vc diz que há maes que podem
trazer filhos na barriga; eu acrescentaria que maes que nao podem trazer filhos
na barriga, podem trazê-los no coracao, é lá que ele cresce no momento em que se
deseja adotar.


Fazendo parte da blogagem: Adocao, um ato de nobreza!

Caso nao queira seu post aqui, por favor fazer contato. Obrigada.