
Iza do blog: Diário de Iza

E para falar sobre isso, a adoção e o tipo de pai ou mãe que se quer ser que aceitei com todo carinho participar da blogagem coletiva. Adoção, um ato de nobreza. A convite de Geórgia e Dácio que fizeram um blog exclusivo para isso o blog-blogagem.
Se você quer ter um filho precisa escolher o tipo de pai ou mãe que quer ser. Isso vai influenciar em todo processo de construção da personalidade da criança a ser adotada.
Frequentemente ouço pessoalmente ou os colegas me falam de frases de pais ou mães que ( conscientes ou não que a criança esteja ouvindo tudo que estão dizendo) dizem:
- "Não, o Betinho não é meu filho verdadeiro, a mãe dele , deu ele para mim criar e eu não sei o que faço com ele. A senhora é quem sabe, quer puxar orelha pode puxar."
- "Professora, a Clarinha não sabe que é filha adotiva, estou dizendo para a senhora porque alguns vizinhos sabem, espero que quando ele estiver com quinze anos compreenda melhor quando eu disser que a mãe verdadeira não sou eu."
- "Tu já sabes, se não te comportares bem em aula , te mando para o teu pai verdadeiro e com ele é na base da porrada."
- "Peguei essa criança para criar quando ela tinha dois meses, os pais estão presos, sempre disse que não era a mãe verdadeira e agora ele está apresentando uma série de problemas que não consigo resolver. Quando ele fizer 18 anos...vai para rua, não quero nem saber.
- A Maria, professora, não é minha filha verdadeira, é muito diferente dos filhos que saíram da minha barriga. Saiu igual a mãe verdadeira, uma ladra.
- O Miguel soube aqui na sala de aula que não é meu filho legítimo, quero saber quem contou, professora/ agora ele não quer vir mais a aula.
As frases acima são frases de pais que não estão preparados para adotar ou criar uma criança. Confundem a ideia de ser pai ou mãe. analisam apenas a parte biológica do processo.
Para adotarmos ou gerarmos um ser temos que levar em conta a dificuldade que possamos ter com as definições: Pai ou mãe verdadeiros ou de criação. Pai ou mãe biológico ou pai ou mãe psicológico.
O estado de ser pai ou mãe é valorizado e compreendido se psicologicamente nos sentirmos pais ou mães daquele ser que está aos nossos cuidados.
Existem coisas que se respeitadas desde o início da criação ajudarão muito tanto a você que deve sentir-se pai ou mãe de verdade quanto a compreensão da criança quanto a sua identidade.
Sempre que surgir a oportunidade e surge bem cedo, muitas vezes aos cinco anos, conte através de uma historinha que existem mães que carregam os filhos na barriga e outras mães que não podem carregar seus filhos na barriga e os escolhem e que ele ,o filho psicológico, foi escolhido por ela e seu marido.
- Não diga por aí que não teve filhos verdadeiros, porque tudo que não é verdadeiro automaticamente passa a ser de mentira e seus filhos adotivos irão pensar que são de mentira. Imagina a confusão que isso há de causar.
- Ser pai ou ser mãe está muito além da união do óvulo com o espermatozóide.
- Para ser um bom pai e uma boa mãe independente deste filho ter sido gerado ou escolhido em um berçário é estar psicologicamente preparado para sentir-se pai ou mãe.
Conheço um casal onde a mãe solteira na época teve um filho e o pai nunca quis saber da criança. A mãe demorou uns seis anos para conhecer uma novo homem. Este homem é o amor da vida da mãe e foi sentindo-se pai psicológico da criança chegando até a registrá-la no nome dele. A união dos três e as verdades não escondidas fez com que aos 25 anos, este filho saiba quem foi o dono do espermatozóide que engravidou a mãe mas, para ele pai verdadeiro é o psicológico, ou seja, aquele que cria.
Se você está naquela ansiedade, há muito tempo, para engravidar ou ter um filho de sua própria biologia lembre-se:
Ser pai ou mãe vai além de saber como é o rostinho da criança que nasceu de seu útero, de seu espermatozóide.
Você precisará estar psicologicamente preparado para isso também.
E quem sabe, as coisas não se tornem mais fáceis se você adotar, porque além de ser um ato de nobreza, psicologicamente não há diferença nenhuma é é isso que toda criança deve saber ao ser adotada.
De qualquer maneira o filho que criamos é nosso; é sempre verdadeiramente nosso filho.
Beijos!
Uma observação muito importante feita por Georgia, que não posso deixar de colocar aqui:
uma historinha que ele tb é adotivo. No seu texto vc diz que há maes que podem
trazer filhos na barriga; eu acrescentaria que maes que nao podem trazer filhos
na barriga, podem trazê-los no coracao, é lá que ele cresce no momento em que se
deseja adotar.

Fazendo parte da blogagem: Adocao, um ato de nobreza!
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