quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Adocao


Marlene Mora do blog: Meu Blog

Recebi esse convite da Georgia


"Em abril você fez parte da blogagem Contra o Analfabetismo

e agora estou aqui te convidando para uma outra blogagem.

Quem sabe você também vai aderir.

Passa lá no meu blog para saber mais.

Acredito que você tenha muita coisa para contar."


Realmente tenho muito a falar sobre adoção: na minha familia temos 7 crianças adotivas.

Não concordo que adoção seja um ato de nobreza. Explico: quando se adota uma criança por amor, de coração , não existe nobreza, porque voce é quem ganha com isso. Quando se fala em ato de nobreza, à primeira vista, parece que falamos de praticar uma boa ação, uma caridade. Na verdade, se as pessoas soubessem o qto é maravilhoso adotar uma criança , todos adotariam. E em muitos casos a caridade é feita para quem adota, pois muitas pessoas se sentem incompletas por não serem mães e pais, se sentem vazias, ser pai, e principalmente ser mãe, é o grande anseio da vida de muitas pessoas. Se uma dessas pessoas descobre que não pode gerar um filho sofre imensamente, e aí a adoção será uma caridade pra ela, pois a criança virá preencher uma lacuna na sua vida, que do contrário poderia transformá-la em um ser amargo e infeliz.
Acredito que muitas pessoas não adotam achando que não vão amar a criança como se fosse filho biológico. Ledo engano, amamos muito mais. Até esqueço que os nossos são adotivos, a ponto de pedir exames médicos para saber se tinham diabetes como meu pai......kkkkk.
Gostaria que leis específicas fossem criadas facilitando a vida de quem quer adotar uma criança.
Tivemos alguns dissabores durante os processos de adoção, que poderiam ter sido facilmente evitados se as leis fossem mais específicas e o processo menos burocrático. Mas não desistimos e hoje somos felizes com as presenças dessas crianças lindas e maravilhosas que nos aceitaram para fazermos parte da vida delas.
Só que muita gente passa anos na fila da adoção, enquanto muitas crianças crescem sem família, o que diminui a cada dia sua chance de ser adotada. Porque infelizmente muita gente não aceita adotar crianças um pouco maiores, querem escolher bebês, desta ou daquela cor, com olhos assim ou assado. Até entendo que algumas pessoas não tenham estrutura emocional para aceitar uma criança de outra raça, ou que já chega com uma certa idade, muitas vezes tendo vivido em lares provisórios e orfanatos, revoltadas, desconfiadas, magoadas e cheias de cicatrizes emocionais que às vezes não se curam nunca. Para viver essa situação a pessoa tem que estar muito mais disposta a amar sem reservas, a aceitar as dificuldades e barreiras, tem que estar mais bem preparada pisicologicamente para entender o lado da criança ou adolescente. E muita gente já sofreu tanto com a esterilidade, às vezes com tratamentos médicos caros, prolongados e infrutíferos, está debilitada emocionalmente, e quer jogar toda a sua carência de uma vez em cima da criança. Com uma criança um pouco maior ou um adolescente isso certamente causará um impacto negativo muito forte, e os conflitos surgirão. Nesse caso então, melhor mesmo que se adote um bebê.
E quando a criança é de outra raça? Também pode ser um probema, se a pessoa não conseguir lidar direito com as suas próprias emoções. Um dos meus sobrinhos é negro, e seu pai é alemão, louro, olhos azuis, pele cor de rosa. Os dois são profundamente apaixonados um pelo outro, e a diferença das raças nem é percebida por eles. Mas por outras pessoas sim, que às vezes olham com estranheza. Como lidar com isso?
Fácil. Com muito amor.

Teve um caso engraçado, que aconteceu no parque de um shopping center, aqui no Brasil. Meu cunhado esperava seu filho ao lado do brinquedo, e quando o brinquedo parou, a atendente, solícita, pegou um menino loirinho no colo e veio trazer para meu cunhado. Ele sorriu e disse:
"- Esse não é meu filho. Meu filho ser aquele outro." A atendente ficou sem graça, se desculpou, constrangida, e foi buscar meu sobrinho. Mas o constrangimento ficou apenas pra ela, pois para nós a história virou piada. Mas outra pessoa no lugar do meu cunhado poderia ter até se ofendido, e criado uma confusão. A moça não teve culpa, não fez por mal, agiu naturalmente, correspondendo a criança ao adulto pela raça. Claro! E meu cunhado, que é muito bem resolvido nesse assunto, entendeu a confusão dela e agiu naturalmente.

Fica aqui portanto a minha experiencia e opiniao sobre adoção.

Adote e seja um ser humano mais feliz!

Fazendo parte da blogagem: Adocao, um ato de nobreza!

Caso nao queira seu post aqui, por favor fazer contato. Obrigada.