quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Adocao, um ato de nobreza!



Ceci do blog: Viver Melhor

ADOÇÃO: UM ATO DE NOBREZA

O casal europeu vivia aflito, não era possível procriar, e decidiram adotar uma criança, ou melhor queriam duas.

Fizeram um contato com uma instituição brasileira regular, e conseguiram um primeiro menino, de origem muito humilde, de uma favela. O menino negro M foi acolhido com amor grande, e após um ano e pouco, o casal fez nova viagem, para buscar o segundo filho. Outro menino, também negro, que gostou de ter um irmão mais novo.

Tanta dedicação, e preparação do casal para a função de pais, resultou numa acolhida perfeita, escolha de escolas de boa qualidade, porém sem luxo. E muita atenção no novo lar, carinho, sinceridade. Tudo que eles precisavam pra crescer sadios. Como toda criança, nada diferente dos filhos biológicos. Atenção e limites. //////

Passaram-se os anos. Conheci de perto a família. Sou testemunha.

A madrinha do menino M se tornou uma espécie de segunda mãe, sobretudo quando começou a puberdade. Com a madrinha brasileira completava um circuito de confiança em si mesmo, toda vez que as dúvidas o assaltavam, deixando sem vontade de viver. A mãe aprendeu a falar português para que o menino não esquecesse a língua materna.

Como acontece na humanidade, mais tarde o casal enfrentou crise conjugal, que levou ao divórcio. Os meninos se mantiveram firmes ao lado da mãe, nos momentos mais difíceis. Também brigaram com o pai, como toda criança o faria. Queriam os dois juntos pra sempre. Tal e qual os que nasceram de minha barriga.

Então, veio outro momento difícil: M e R conversaram muito com suas madrinhas, com sua mãe, pediram pra conhecer sua origem real. Os meninos tinham cada um seu coração suspenso. Viviam fantasias, M dormia mal, as interrogações pareciam grandes leões que enjaulavam seu coração de menino. R tinha vontade de ser rico, de viajar, de percorrer o mundo. Mas não gostava de estudar, parecia preso em notas débeis. Sonâmbulo em noites frias, agonias sem fim. Precisava desse passaporte para o mundo.

A mãe então programou uma longa viagem, que os meninos pudessem visitar o país e lugar de onde saíram, contatar sua origem. A mãe tinha as informações, e soube percorrer tranqüilamente as veredas que os levaram de volta à favela, com a opção de aí permanecer caso fosse sua decisão. A mãe de coração livre para amar o filho de qualquer jeito. Amor plural. Jamais ela afirmara qualquer sinal de rejeição da mãe natural.

A questão social fora o motivo. M perdera a mãe ao nascer, ficara sozinho.

R fazia parte de uma longa história, em que nem o pai ele poderia saber ao certo quem era. Mas poderia ver a mãe, uma batalhadora das noites de algum lugar desse país.

No retorno ao lar, os meninos se aquietaram, começaram um novo circuito de definições, de escolhas. Vieram os namoros, as paixões, as descobertas sexuais.

Atualmente, ambos estão independentes, cada um em país diferente, senhores de seus destinos, e no contato com os pais que os adotaram plenamente, praticam o amor, o respeito, a liberdade, a sinceridade e grande nobreza.

Recentemente, M teve uma paixão maluca, a namorada engravidou e ele se viu na dúvida quanto à validade de um casamento não desejado pelos dois jovens. Prontamente, M assumiu a criança, tomou todas as providências para que no futuro possa desempenhar o papel de pai, a contragosto da mãe-menina, em jogo de chantagem, ameaça e destempero. Acontece ali como por aqui. Imaturidade gerando vidas.

A mãe continua amadurecendo, em contato com os dois amados filhos de seu coração. Amadurecendo e orientando quando alguma insegurança ameaça o bem estar dos filhos.

Feliz e nobre adoção!

"Se algo não é obviamente impossível, então deve haver uma maneira de fazer! Nicholas Winton

Veja o vídeo incrível no Saia Justa

http://saia-justa-georgia.blogspot.com


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